Dragões versus Tubarões – O Empreendedorismo na TV

O formato é basicamente o mesmo. Os empreendedores enfrentam os investidores munidos de pitchs mais ou menos bem estruturados. Dependendo dos seus argumentos e capacidade de apresentação, causam boa ou má impressão. Seguem-se as perguntas e comentários dos investidores, que em poucos minutos avaliam a viabilidade e potencial rentabilidade do negócio e acabam por desistir ou avançar com as suas propostas para adquirirem uma parte da empresa mediante um valor investido.

Num só episódio de Dragon’s Den vi várias centenas de milhares de dólares investidos na empresa de um homem que queria fazer fundraising em escolas usando-as como ponto de distribuição de retalho, ou na de uma mulher que queria financiamento para continuar a desenvolver os seus produtos para cães idosos (fraldas e carrinhos de passeio). Outros, com ideias mais ou menos disparatadas, ou que não conseguem transmitir tão bem as potencialidades do projecto – e alguns dos quais com a casa hipotecadas à custa do negócio – limitam-se a frustrar expectativas.

A origem do programa data de 2009 e é japonesa, sendo que a cadeia de televisão americana ABC criou a partir dele o famoso Shark Tank, que há uns anos passa na portuguesa SIC Radical. Neste, o formato é muito parecido, mas a analogia com os tubarões reflecte o facto de os investidores lutarem ainda mais agressivamente entre si pelo melhor ‘pedaço de carne’. No fim, segundo a descrição da própria SIC Radical ‘se a ideia não for bem apresentada ou estiver mal estruturada, os concorrentes são humilhados e escorraçados do programa’. Pessoalmente, dispenso esta parte e talvez tenha sido também por isso que gostei do Dragon’s Den.

Em Portugal, Shark Tank vai ter uma versão Lago dos Tubarões, que está em fase de candidaturas e tem estreia prevista para Janeiro. Neste, os investidores serão João Rafael Koehler, administrador executivo da Colquímica, Mário Ferreira, presidente executivo da Douro Azul, Miguel Ribeiro Ferreira, chairman do Grupo Fonte Viva, Tim Vieira, da Special Edition Holding e Susana Sequeira de MSTF Partners (as três versões do programa apresentam apenas uma mulher entre os investidores).

Se precisa de capital para desenvolver o seu negócio, pode ainda estar a tempo de ser candidatar. Terá, é claro, de ter nervos de ferro para aguentar a pressão de participar num reality show, mas os benefícios, se tiver sucesso, podem ser enormes. Se prefere procurar investimento longe das audiências, fica o desafio. Finja que vai participar e prepare o seu pitch como se a sua vida dependesse disso. Um pitch perfeito nunca fez mal a ninguém.

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