Intra-empreendedorismo na gestão de empresas de sucesso

O intra-empreendedorismo como potenciador da motivação
Foto: Pixabay

Quem me conhece sabe que acredito que os colaboradores são o maior ativo de uma organização e – ainda que na contabilidade estejam do lado dos gastos – podem levar uma empresa à excelência ou à falência.

Portanto, nós, gestores, teremos de gerir com todos e para todos, procurando o equilíbrio entre os diversos interesses em causa, desde a rendibilidade e lucro, a gastos, inovação, sustentabilidade, etc.

Quem me conhece sabe também do meu pragmatismo, isto é, quando os problemas parecem tão difíceis que a solução é impossível. Nesses casos acredito que não há problema: por definição ele anula-se e passo ao próximo. É eficiente, poupo tempo e recursos e resolvo o que efetivamente se pode resolver, ou seja, o está dentro das possibilidades e competências.

Por isso, há alguns dias tive oportunidade de ler um artigo muito interessante sobre um programa lançado pela SEAT, para fomentar a participação dos seus colaboradores na melhoria dos processos e na poupança, e que acabou por produzir, no ano passado, um valor recorde de poupança para a empresa.

Este artigo deixou-me a pensar…

Como seria se em todas as empresas centrássemos o discurso na motivação do intra empreendedorismo, como fez a SEAT? É tão obvio que ganham todos, não é? Acima de tudo ganham aqueles que mais se preocupam com os importantes temas da eficácia e eficiência que são tão caros às empresas.

Qual não é a organização que gostaria de poupar 13 milhões, ficar mais eficiente e distribuir 2 milhões por quem nos proporcionou essa poupança? Eu assino já por baixo!

Não é melhor a inovação vir de quem trabalha do que de consultores externos, por norma caríssimos? Não é melhor as pessoas sentirem que efetivamente são ouvidas, fazem parte da estrutura e graças à sua inteligência e perspicácia, e acabam sendo recompensadas?

No início da década de 2000, tive o prazer de ser diretor da ANJE. Foi nessa altura que introduzimos no léxico português a palavra empreendedor. Em termos simplistas, o empreendedorismo refere-se à “atitude de quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de organização e administração”.

Tudo isto é possível trabalhando numa organização de carácter empresarial ou não, aí o conceito ajusta-se a um outro conceito que está cada vez mais a enraizar-se na cultura das empresas portuguesas: o intra-empreendedorismo.

O intra-empreendedorismo é uma cultura e uma estratégia que tem como principal objetivo estimular a atividade empreendedora entre os colaboradores de uma empresa, dando-lhes margem para o desenvolvimento das suas próprias ideias e, com isso, aumentar a capacidade de inovação e competitividade.

Isto é, em vez de encarar os colaboradores de uma organização como meros executantes, esta filosofia de gestão procura estimular a criatividade dos seus colaboradores, envolvendo-os nos diversos projetos e encarando-os quase como se fossem sócios ou gerentes da empresa.

O intra-empreendedorismo é uma cultura que visa estimular a atividade empreendedora entre os colaboradores de uma empresa

Já as vantagens para as empresas são também muitas. Reparem que na sociedade atual, que é pautada por uma forte competitividade e em constante evolução, a criação de uma cultura empreendedora dentro da própria empresa é a melhor forma de estimular a renovação, a modernização e a inovação da organização.

Por outro lado, o intra-empreendedorismo é também uma forma de encontrar talentos dentro da organização e de fidelizar e motivar os colaboradores. É isto que advogam as novas teorias de gestão de RH.

A criação de um espírito intra-empreendedor pode passar, por exemplo, pela criação de programas de ‘coaching’ ou ‘mentoring’ aos colaboradores que mais se destacam, pela adoção de métodos de trabalho mais flexíveis, pela aposta na formação e no aumento de competências dos colaboradores.

Tudo isto é válido para todo o tipo de organizações e, se não há dinheiro, existem outras formas de recompensar, sem precisar de recorrer à Pirâmide de Maslow, como sejam em dias de férias ou até mesmo, no limite, com amizade!

 

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