61% dos portugueses não investe por opção ou falta de poupanças

Barómetro revela que 61% dos portugueses não investe. Entre os que investem, predominam depósitos, PPR e certificados, com perfil conservador.

Foto de Sr. DM em Freepik

O Barómetro de Hábitos de Investimento dos Portugueses, realizado pelo Doutor Finanças e pela Católica-Lisbon, mostra que a maioria não investe, sobretudo por ausência de poupanças.

O Doutor Finanças, em parceria com o Centro de Estudos Aplicados da Católica-Lisbon, divulgou os resultados do 2.º Barómetro de Hábitos de Investimento dos Portugueses. O estudo revela que 61% da população não investe, principalmente por falta de poupanças (37%) ou por preferir poupar sem recorrer a produtos financeiros (27%).

Entre os que investem, a maioria mantém-se fiel a soluções tradicionais e de baixo risco: 49% aplica em depósitos a prazo, 38% em PPR e 35% em certificados de aforro ou Tesouro. Apesar de conhecerem o conceito de diversificação (71%), apenas 40% o aplicam na prática, reforçando a tendência para escolhas conservadoras.

Quase metade dos inquiridos (49%) assume ter perfil de investidor conservador e 41% moderado, enquanto só 6% se declara agressivo. Esta postura está associada à experiência negativa de muitos participantes: 44% já perdeu dinheiro em investimentos, o que acentua a aversão ao risco.

A banca continua a ser o principal canal de informação (52%) e de investimento (50%), ainda que aplicações digitais (20%) e plataformas online (17%) ganhem relevância. O estudo mostra ainda que os escalões de rendimento mais elevados apresentam maior capacidade de investir, sobretudo acima dos 3.000 euros mensais, onde 11% aplica mais de 20% do rendimento.

Para Sérgio Cardoso, Chief Education Officer do Doutor Finanças, os resultados demonstram que “grande parte dos portugueses ainda não investe, e aqueles que o fazem privilegiam a segurança e a preservação do capital. A par da literacia financeira, precisamos também de uma injeção de confiança”.

O estudo, realizado entre 31 de julho e 28 de agosto de 2025 com base em 701 entrevistas telefónicas, confirma a necessidade de reforçar a educação financeira e de diversificar a forma como os portugueses aplicam as suas poupanças.

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