Cerca de 37% dos fundos de pensões, seguradoras, family offices e gestores de património, com ativos sob gestão no valor conjunto de 1,183 biliões de dólares, manifestam grande preocupação com a crescente prática de “AI washing” por parte das empresas. A revelação resulta de uma nova investigação global conduzida pela gestora de fundos Robocap, especializada em ações cotadas nos setores da robótica, automação e inteligência artificial (IA).
O conceito de “AI washing” refere-se à prática de empresas exagerarem ou deturparem a extensão e o impacto do uso de IA nas suas operações. Isto pode traduzir-se, por exemplo, na apresentação de algoritmos simples como sendo IA avançada, na sobrevalorização dos resultados obtidos ou até na falsa alegação de que soluções baseadas em IA estão já plenamente operacionais.
Segundo o estudo, 63% dos investidores profissionais mostram-se “algo preocupados” com esta tendência. Quanto à evolução futura do fenómeno, 26% acreditam que se agravará ligeiramente nos próximos três anos, e 3% admitem um agravamento significativo. No entanto, quase dois terços dos inquiridos anteveem uma redução da gravidade do problema, enquanto 7% acreditam que se manterá estável.
A Robocap gere um fundo de ações temáticas com foco exclusivo em empresas cotadas cuja atividade está fortemente ligada à robótica, automação e IA. O fundo exige uma exposição mínima de 40% das receitas dessas empresas ao tema, com 85% da carteira atual diretamente alinhada com este universo. A equipa de gestão, sediada em Londres, é composta por investidores experientes e conta com um conselho consultivo formado por especialistas em tecnologia e empreendedores do setor.
Lançado em janeiro de 2016, o Robocap UCITS Fund tem como objetivo uma rentabilidade anual de 12% ao longo de um ciclo económico. Desde então, alcançou um retorno líquido anualizado (CAGR) de 11,84% e um retorno acumulado de 181%.
Jonathan Cohen, fundador e CIO da Robocap, sublinha: “Tal como o greenwashing, o AI washing representa um risco real para os investidores. Muitos procuram exposição a empresas que realmente beneficiam do crescimento e eficiência operacional que a IA pode proporcionar. No entanto, há um grande desfasamento entre a inovação tecnológica anunciada e as receitas efetivamente geradas.”