Apesar do entusiasmo generalizado com o potencial transformador da inteligência artificial, os líderes de Tecnologias de Informação (TI) mantêm a cibersegurança como a sua principal prioridade. Esta é uma das principais conclusões do estudo “Experis 2025 CIO Outlook”, que analisou as tendências e preocupações dos Chief Information Officers (CIOs) e decisores de TI em organizações de todo o mundo.
Segundo Nuno Ferro, Brand Leader da Experis, “os CIOs reconhecem o valor estratégico da IA, mas têm consciência de que a tecnologia ainda está em desenvolvimento e exige uma integração cuidadosa. Estão a combinar inovação com uma abordagem segura e realista, o que demonstra uma maturidade crescente na forma como lideram a transformação digital”.
Cibersegurança é a principal responsabilidade para 35% dos CIOs
O relatório aponta que 41% dos CIOs identificam a cibersegurança como a sua maior preocupação, muito à frente da integração da IA (19%) ou da modernização dos sistemas tecnológicos (15%). Esta preocupação com a segurança reflete-se também nas prioridades estratégicas: 35% consideram a cibersegurança como a sua função mais relevante, seguida da alinhamento com os objetivos de negócio (34%) e da otimização operacional (30%).
Apenas 13% dos líderes de TI apontam o fornecimento de soluções com base em IA como uma responsabilidade prioritária, o que evidencia que, apesar do investimento crescente, a adoção destas tecnologias está a ser feita com cautela.
Investimentos crescem, mas a implementação ainda é limitada
Embora 77% das empresas planeiem investir em cibersegurança em 2025 e 67% na inteligência artificial, a implementação prática ainda enfrenta vários entraves. Apenas 37% afirmam que a sua estratégia de risco está fortemente alinhada com a cibersegurança, e menos de 30% consideram que a adoção de novas tecnologias está a ser eficaz.
No caso da IA generativa, 33% dos CIOs admitem que o seu impacto ainda é incerto, e 36% consideram que necessita de mais desenvolvimento. Apenas 13% identificam a IA como uma função central do seu cargo e a maioria das empresas está apenas nas fases iniciais de exploração (33%) ou implementação (27%).
As preocupações éticas também estão a crescer: 18% demonstram apreensão com questões de imparcialidade e transparência, e só 20% das empresas se consideram avançadas no desenvolvimento de uma IA ética e sem preconceitos.
Tecnologias emergentes no centro das prioridades para 2025
Apesar destes desafios, o estudo indica um forte otimismo entre os líderes de TI quanto ao potencial das tecnologias emergentes. As áreas com maior expectativa de crescimento são a analítica preditiva (32%), automação e robótica baseadas em IA (30%) e a Internet of Things (25%).
Quando questionados sobre os principais objetivos para 2025, 30% apontam a integração de novas tecnologias, como IA e cloud, como prioritária. Melhorar a cibersegurança (16%) e otimizar os processos atuais (14%) seguem-se nas intenções declaradas.
Equilíbrio entre inovação e resiliência
O “Experis 2025 CIO Outlook” mostra que os CIOs estão a privilegiar uma estratégia de equilíbrio entre inovação e resiliência tecnológica, ajustando o ritmo da transformação digital aos desafios reais do mercado. A retenção de talento e a formação de equipas de alto desempenho também surgem como fatores críticos, com 64% das empresas a planearem reforçar a qualificação interna.
Em suma, os CIOs estão a moldar o futuro da função de TI de forma estratégica e consciente, dando prioridade à segurança como base da inovação. O investimento em IA é real, mas o foco está em garantir que essa inovação se faz com governança, ética e retorno tangível para o negócio.