Como Tirar o Máximo Partido das Conferências

Estratégias para Startups, do Pré-Evento ao Follow-Up

plataforma promove oradores portugueses
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As conferências são momentos-chave para as startups ganharem visibilidade, atrair investimento, encontrar parceiros estratégicos e inspirarem-se com as últimas tendências. No entanto, muitas equipas esgotam-se a preparar a apresentação do produto ou o pitch deck, esquecendo-se de que o verdadeiro impacto começa bem antes de se entrar no recinto… e só termina vários dias depois.

Neste artigo, reunimos as recomendações práticas de três especialistas em eventos, desenvolvimento de negócios e investimento da Sigma Software – Kate Stefanovych, Alina Pendeshchuk e Daria Yaniieva – com experiência em mais de 180 eventos internacionais.

Ir com um propósito claro

Kate Stefanovych, responsável pela gestão de eventos na Sigma Software, sublinha que o maior erro das startups é ir a uma conferência “por ir”. “Há que definir dois objetivos prioritários: captar investimento? angariar clientes? recrutar talento? investigar concorrência?”, questiona. A resposta a essa pergunta deve moldar todo o planeamento, desde o tipo de sessões que se vai assistir até à escolha das side events e à estratégia de networking.

Além disso, vale a pena explorar mais do que a agenda principal: “Há feiras com competições de pitch, sessões de mentoria, hackathons ou oportunidades para se ser orador, desde que se responda ao Call for Papers com 4 a 6 meses de antecedência”, aconselha.

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Criar uma presença memorável

As oportunidades mais ricas raramente surgem nas grandes apresentações. Kate recomenda olhar para as side events como locais privilegiados para criar ligações genuínas: “Muitas nem constam na agenda oficial, mas estão em plataformas como Lu.ma, Meetup ou Telegram. É lá que se conhece quem realmente decide.”

Para deixar marca, recomenda-se o uso de um elemento visual distintivo (um acessório, um penteado, uma peça de roupa diferente) e uma abordagem proativa na marcação de encontros: “Não esperes pelo evento para começares a reunir leads. Usa a app do evento ou pesquisa nas redes sociais. E nunca envies mensagens genéricas — personaliza sempre.”

Outro truque eficaz é treinar o pitch de elevador duas semanas antes do evento: “Dedica 15 minutos por dia a explicar a tua ideia a desconhecidos. Isso ajuda-te a perceber o que é claro e o que ainda precisa de ser afinado.”

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Organização e estratégia durante o evento

Alina Pendeshchuk, responsável de Business Development na Datrics, reforça a importância de ir com a agenda bem definida: “Reservamos reuniões com 2 a 3 dias de antecedência e focamo-nos em eventos mais especializados, onde é mais provável encontrar as pessoas certas.”

Para quem está num stand, a apresentação visual é crucial. “O logo, o vídeo e a identidade da startup devem estar bem visíveis. Mas em vez de panfletos, usamos QR codes que levam diretamente ao LinkedIn, ao site ou a um formulário de contacto.”

As conversas relevantes devem ser registadas logo a seguir ao encontro, num ficheiro partilhado com a equipa. Alina recomenda incluir o perfil de LinkedIn, um breve resumo da conversa, uma fotografia da pessoa (ou juntos) e os próximos passos para contacto.

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O timing certo para o follow-up

A seguir ao evento, é a comunicação que determina se o contacto vai dar frutos ou não. Daria Yaniieva, diretora de investimento na Sigma Software Labs, partilha uma dica fundamental: o timing do follow-up varia consoante a dimensão do evento.

“Num evento grande como o Web Summit, a maioria das pessoas está sobrecarregada de mensagens e atividades. Se enviares um e-mail no dia seguinte, ele pode perder-se entre centenas. Dá 2 a 5 dias úteis — tempo suficiente para a pessoa regressar e reorganizar-se.”

Por outro lado, nos eventos mais pequenos, com 70 a 100 participantes, o ideal é seguir o contacto logo no dia seguinte. “A memória está fresca, o volume de e-mails é menor e há mais margem para acertar detalhes específicos para a continuidade da conversa”, explica.

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Preparação técnica e bem-estar

Conferências podem ser extenuantes. Além de preparação estratégica, é preciso cuidar da logística e do bem-estar. Entre os conselhos deixados por Kate Stefanovych: leve sempre um power bank, água, snacks, calçado confortável e um QR code pronto para partilhar contactos ou demonstrar o produto. E, se tiverem oportunidade de participar numa iniciativa como a Startup Alley do Web Summit, não hesitem: “Três bilhetes e um stand por um preço reduzido é uma oportunidade a não desperdiçar.”

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