Campanha europeia em defesa da escolha entre comunicação digital e física

Associação portuguesa da bioindústria florestal apoia iniciativa que alerta para desigualdades no acesso digital e propõe uma transição inclusiva.

Foto de Rawpixel.com em Freepik

A Biond, organização que representa a fileira da bioindústria florestal em Portugal, aderiu à campanha Keep Me Posted EU (KMPEU), que pretende salvaguardar o direito de escolha dos cidadãos entre comunicação digital e em papel. A iniciativa surge num contexto de crescente digitalização e alerta para os riscos de exclusão de populações com acesso limitado às tecnologias ou com menor literacia digital.

No âmbito desta campanha, foi elaborado o relatório Why Choice Matters, que analisa os impactos da transição digital nos diferentes Estados-Membros da União Europeia. No caso português, são destacadas assimetrias preocupantes, como a divisão entre regiões urbanas e rurais, o fosso digital entre gerações e a fraca digitalização das pequenas e médias empresas.

Segundo o relatório, apenas 22% dos residentes em zonas rurais em Portugal possuem competências digitais básicas ou superiores, enquanto mais de um terço dos cidadãos entre os 65 e os 74 anos nunca utilizou a internet. No setor empresarial, o país ocupa a 17.ª posição no Índice da Economia e Sociedade Digital (DESI) da UE, com níveis de intensidade digital abaixo da média nas PME. Adicionalmente, apenas 43% dos portugueses confiam que a União Europeia protege os seus direitos digitais, revelando um défice de confiança generalizado.

Face a este cenário, a campanha KMPEU apela a empresas, instituições e decisores políticos para que promovam uma transição digital inclusiva, garantindo sempre o direito de escolha. “Vivemos tempos disruptivos. Torna-se ainda mais imperioso proteger o direito dos cidadãos de escolherem a forma como comunicam, sem sanções ou coerção”, afirma Gonçalo de Almeida Simões, Diretor-Geral da Biond. Para o responsável, é fundamental assegurar que ninguém fique para trás, sobretudo quem, por razões geográficas, económicas ou pessoais, depende da comunicação não digital.

A campanha defende que a comunicação física deve continuar a ser uma opção acessível, especialmente em serviços públicos e essenciais, contribuindo para uma Europa mais justa e coesa, onde a digitalização não exclua os mais vulneráveis.

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