Um relatório da plataforma Tradingpedia analisou o custo de vida em 37 capitais europeias e concluiu que Lisboa ocupa a quarta posição entre as menos acessíveis. As contas apresentam saldo negativo para quem aufere o salário médio na capital portuguesa: os encargos mensais básicos ascendem a €1.364, enquanto o rendimento médio é de apenas €1.223 — uma diferença de €141.
A análise teve em conta despesas como habitação, alimentação (com base em 9 produtos), transporte, cuidados pessoais e lazer. O estudo procurou identificar quais as capitais onde o custo de vida representa menor pressão face ao salário mensal, permitindo aferir a real acessibilidade urbana na Europa.
Lisboa surge atrás de Varsóvia, Tirana e Atenas no ranking das cidades mais difíceis para equilibrar orçamento. Para uma pessoa solteira, os encargos representam 111,5% do salário médio. Já uma família de quatro membros (dois adultos e duas crianças), com rendimento combinado de €2.446, enfrenta despesas médias de €2.037, ficando com um excedente mensal de cerca de €409.
O peso da habitação é especialmente relevante. Um estúdio de 45 m² custa em média €849 mensais, absorvendo cerca de 70% do salário. Comparando com Madrid, onde as despesas básicas são semelhantes (€1.440), a diferença está no rendimento: os madrilenos auferem em média €1.994, o que permite um equilíbrio financeiro mais folgado.
Apesar de Lisboa ter um salário médio superior a cidades como Bucareste, Budapeste ou Sarajevo, o custo relativo da vida é mais elevado. Nestes casos, as despesas básicas representam entre 65% e 85% do salário, um valor significativamente mais baixo do que os 115% registados na capital portuguesa.
Já as capitais do norte da Europa, como Luxemburgo, Berna ou Oslo, destacam-se por permitir excedentes confortáveis às famílias, graças a rendimentos mais elevados e redes de apoio social robustas.