Bandora aposta nos EUA com tecnologia que reduz até 50% do consumo energético

Márcia Pereira, CEO da Bandora, explica como a inteligência artificial e o foco na procura estão a transformar a eficiência energética dos edifícios

Na foto: Márcia Pereira, CEO da Bandora

A Bandora, empresa portuguesa especializada em soluções de inteligência artificial para edifícios inteligentes, acaba de concluir com sucesso um projeto-piloto nos Estados Unidos, alcançando reduções expressivas no consumo energético de duas cadeias de restauração. Com presença já confirmada em Portugal, Espanha, Brasil e Emirados Árabes Unidos, a Bandora dá agora um passo decisivo no processo de internacionalização, com o apoio da HearstLab e a criação da Bandora USA.

Em entrevista à Revista do Empreendedor, a CEO Márcia Pereira revela como a adaptação ao contexto americano levou a empresa que aplica algoritmos de machine learning para ajustar o consumo de energia a criar um novo modelo operacional, que agora quer replicar noutros mercados. “Trabalhar com estas cadeias deu-nos a oportunidade de provar a eficácia da nossa tecnologia em ambientes exigentes, com grande volume de clientes e em múltiplas localizações”, afirma.

Foto de Wirestock no Freepik

Tecnologia ajustada à realidade do edifício

A operação piloto nos EUA teve início em duas lojas estratégicas da Dunkin’ Donuts e da Dave’s Hot Chicken, que registaram reduções de 50% e 30% no consumo energético logo no primeiro mês, valores que se consolidaram nos meses seguintes. Para Márcia Pereira, estes resultados devem-se à capacidade da tecnologia da Bandora em adaptar-se a diferentes contextos e edifícios. “Tivemos de ajustar tudo, desde a abordagem técnica aos quadros elétricos. Foi isso que nos levou a criar o modelo de atuação que hoje utilizamos neste mercado.”

Um dos fatores-chave foi a capacidade de escalar em grande volume. “Os franchisados com quem trabalhamos gerem centenas de lojas em vários Estados, com exigências legais e técnicas distintas. As parcerias locais foram fundamentais para garantir a operação no terreno e transmitir confiança aos clientes”, explica.

O sucesso nos Estados Unidos prova que é possível combinar inteligência artificial com impacto real nos custos e na sustentabilidade dos edifícios.

Márcia Pereira, CEO da Bandora

Uma abordagem centrada na procura

Diferenciando-se das abordagens tradicionais à eficiência energética, que se concentram na oferta — isto é, na melhoria dos equipamentos —, a Bandora aposta no lado da procura. “A nossa tecnologia parte da forma como a energia é usada dentro dos edifícios, ajustando-se às necessidades reais dos ocupantes. É essa análise que permite gerir os consumos de forma inteligente e dinâmica, sem comprometer o conforto ou a operação”, afirma a CEO.

Esta capacidade de adaptação em tempo real, com base em padrões de consumo, distingue a solução da Bandora num mercado exigente. “Não se trata de cortar energia, mas sim de geri-la melhor”, sublinha.

Na foto: Equipa da Bandora

O impulso da HearstLab e a criação da Bandora USA

A entrada da HearstLab no capital da Bandora, através de um investimento de 100 mil euros via convertible note, foi determinante para a consolidação da presença da empresa nos EUA. “Mais do que o capital, a experiência da HearstLab e a sua rede de contactos ajudaram-nos a entrar no mercado, a ganhar credibilidade e a atrair novos parceiros”, destaca Márcia Pereira.

O investimento permitiu também criar uma equipa local nos EUA, elemento essencial para reforçar a confiança dos clientes americanos. “A presença física faz toda a diferença. A nossa ambição agora é alargar a operação a outros estados como Massachusetts e Florida, e expandir para novos setores como o retalho e, mais tarde, os data centers.”

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