Após três meses consecutivos de alta, os preços do petróleo iniciaram agosto em queda, acumulando recuo de cerca de 9%, segundo análise de Felipe Barragán, especialista em pesquisa de mercado da Pepperstone. A ausência de catalisadores imediatos e as expectativas em torno da reunião marcada para esta sexta-feira no Alasca, entre Donald Trump e Vladimir Putin, têm guiado o comportamento do mercado.
Os investidores aguardam sinais de um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, o que poderia levar ao alívio de sanções a Moscovo. No entanto, o presidente norte-americano já moderou as expectativas quanto a um acordo que ponha fim ao conflito. Apesar disso, o prémio de risco geopolítico incorporado aos preços vem diminuindo, reforçando a pressão em baixa.
Barragán aponta três cenários possíveis:
- Acordo de cessar-fogo, com possível moderação nas sanções e queda do risco geopolítico, mas sem aumento expressivo na produção russa devido às limitações da OPEP+ e ao baixo investimento no setor;
- Escalada de tensões, que poderia levar a sanções adicionais e a uma pressão em alta nos preços, especialmente se incluíssem países como Índia ou China;
- Status quo (cenário mais provável), mantendo o diálogo aberto sem resultados concretos e deixando os preços dependerem das dinâmicas fundamentais.
Neste último caso, a tendência de baixa pode ser reforçada pelo aumento da oferta, com maior produção de membros e não-membros da OPEP+, incluindo o Brasil. Os stocks, ainda próximos dos mínimos, já começaram a subir — sinal de um possível excesso na oferta.