Os custos dos seguros de saúde para empresas em Portugal vão registar em 2025 um aumento médio de 10,3%, acima dos 9,9% verificados em 2024, segundo o estudo “Custos dos Seguros de Saúde para as Empresas em Portugal”, desenvolvido pela Coverflex. A análise baseia-se em respostas de seguradoras que representam 87% do mercado nacional e aponta para um cenário de pressão crescente sobre as empresas.
A inflação médica surge como principal motor desta subida, refletida no aumento dos preços de consultas, exames, tratamentos e dispositivos. A concentração do setor privado em grandes grupos hospitalares reforça essa tendência. Em paralelo, a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde levou milhões de portugueses a procurar seguros privados, elevando o custo médio por sinistro.
O estudo sublinha ainda o impacto do envelhecimento da população ativa e da prevalência de doenças crónicas, fatores que aumentam a procura de cuidados prolongados. A par disso, a saúde mental passou a ser uma área central, com as seguradoras a integrarem coberturas mais amplas em psicologia, psiquiatria e bem-estar.
Apesar dos desafios, as seguradoras têm vindo a adotar medidas para garantir a sustentabilidade do setor, como a revisão de copagamentos, renegociação de tabelas e novos modelos de rede de prestadores. O relatório destaca também oportunidades como a digitalização, através de telemedicina e análise de dados em tempo real, e programas de prevenção, que integram rastreios, nutrição e apoio psicológico.
Para as empresas, o impacto traduz-se num maior investimento financeiro, mas também num desafio de gestão de talento. A Coverflex recomenda a renegociação de apólices, a introdução de regimes contributivos partilhados e a promoção de programas de literacia em saúde, de forma a mitigar custos e manter a atratividade do benefício.
“É certo que os custos continuam a aumentar e tudo indica que essa tendência se manterá nos próximos anos. No entanto, é fundamental que as empresas deixem de encarar os seguros de saúde apenas como um encargo financeiro. Este benefício é uma ferramenta de atração, retenção e valorização do talento, bem como de reforço da produtividade”, afirmou Paulo Fradinho, Head of Insurance da Coverflex.