Europa com menor crescimento no património financeiro global

Património financeiro global atinge 305 biliões em 2024, revela BCG. Europa regista o crescimento mais baixo, penalizada pela desvalorização cambial.

Foto de Katemangostar em Freepik

O património financeiro global atingiu 305 biliões de dólares em 2024, mais 8,1% face ao ano anterior, impulsionado pela valorização dos mercados acionistas, segundo o Global Wealth Report 2025 da Boston Consulting Group (BCG). Contudo, a Europa foi a região com pior desempenho, registando apenas 0,8% de crescimento na Europa Ocidental e 0,3% na Europa de Leste e Ásia Central, penalizada pela desvalorização cambial.

Enquanto a América do Norte liderou a criação de riqueza (+14,9%) e a Ásia-Pacífico cresceu 7,3%, a Europa ficou para trás, refletindo fragilidades estruturais e a falta de crescimento orgânico, que representou apenas 28% da expansão global.

O património transfronteiriço avançou 8,7% para 14,4 biliões de dólares, evidenciando maior procura por diversificação geográfica num cenário de tensões comerciais e geopolíticas. Singapura e os Emirados Árabes Unidos destacaram-se como centros de maior dinamismo, com crescimentos superiores a 11%, enquanto a Suíça, Hong Kong e Singapura deverão concentrar dois terços da nova riqueza transfronteiriça até 2029.

Regionalmente, a América do Norte liderou a criação de riqueza com uma subida de 14,9%, apoiada pela valorização de 23% do índice S&P 500. Seguiram-se Ásia-Pacífico (+7,3%) e Médio Oriente e África (+4,8%). Já a Europa registou as menores taxas de crescimento: 0,8% na Europa Ocidental e 0,3% na Europa de Leste e Ásia Central, penalizadas pela desvalorização cambial. Em contraciclo, houve quedas na América Latina (-9,3%) e no Japão (-5,2%).

“O crescimento do património financeiro global em 2024 reflete a recuperação dos mercados, mas também expõe fragilidades estruturais, sobretudo na Europa Ocidental, onde o crescimento orgânico continua limitado”, sublinha Pedro Pereira, Managing Director e Senior Partner da BCG em Lisboa. Para o especialista, a diferenciação de marca, a adoção de ferramentas digitais e de inteligência artificial e a personalização da experiência do cliente serão determinantes para assegurar crescimento duradouro.

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