A utilização de óleos alimentares usados já representa 22% das matérias-primas na produção nacional de biocombustíveis, reforçando o papel de Portugal na transição energética.
A Associação de Bioenergia Avançada (ABA) destaca o potencial estratégico dos óleos alimentares usados na transição energética e na descarbonização do transporte. O último relatório anual da associação revela que, em 2024, este subproduto representou 22% da matéria-prima utilizada na produção nacional de biocombustíveis, um aumento significativo que reflete a sua crescente importância para a diversificação da matriz energética.
A partir da recolha e refinação, os óleos alimentares usados podem ser transformados em energia limpa para abastecer frotas rodoviárias, transportes públicos ou aviação, reduzindo as emissões de carbono e o desperdício. “Portugal tem uma oportunidade estratégica de potenciar a recolha de óleos alimentares e integrá-la numa visão mais ampla de descarbonização do transporte. Ao transformar resíduos em energia limpa, reduzimos simultaneamente a poluição, a dependência energética externa e o desperdício”, afirma Ana Calhôa, porta-voz da ABA.
A associação reforça que a produção de biocombustíveis a partir de matérias-primas residuais — como óleos usados, gorduras animais ou subprodutos da indústria alimentar — é uma das formas mais eficazes de cumprir as metas europeias de energia renovável no setor dos transportes estabelecidas para 2030.
A ABA apela ainda ao reforço da rede nacional de oleões e à sensibilização de consumidores e empresas, destacando que cada litro de óleo reciclado se pode transformar num recurso energético valioso. A meta é reduzir o desperdício, promover a economia circular e posicionar Portugal como um exemplo de inovação e sustentabilidade no setor energético.