Portugal reforça investimento em inteligência artificial e cibersegurança

Portugal reforça o investimento em inteligência artificial, cibersegurança e computação quântica, segundo relatório da Minsait.

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Segundo o relatório Innovation Telescope – Zoom Portugal, da Minsait (Indra Group), o país acelera a transformação digital e consolida o investimento em inteligência artificial, cibersegurança, computação quântica e 5G.

Portugal está a consolidar o seu ecossistema tecnológico, acompanhando o ritmo da Europa na transição digital. O relatório Innovation Telescope – Zoom Portugal, publicado pela Minsait, empresa do grupo Indra, identifica a inteligência artificial, a cibersegurança, a computação quântica e a computação híbrida como áreas-chave do novo ciclo tecnológico nacional. O estudo sublinha o impacto das políticas públicas de digitalização, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e da Estratégia Digital Nacional (EDN), que têm sustentado uma trajetória de crescimento tecnológico e empresarial.

“Portugal vive uma fase importante de afirmação no contexto tecnológico europeu”, afirma Pedro Moura, manager na área de Estratégia e Inovação da Minsait em Portugal. “O país tem mostrado uma capacidade crescente de integrar novas tecnologias com visão estratégica e foco na sustentabilidade, reforçando a cooperação entre empresas, universidades e entidades públicas.”

Duas mulheres observam o conteúdo de um tablet junto a uma tela de TV com as letra “AI”

Apesar de persistirem desafios relacionados com talento especializado e escala de investimento, o relatório destaca o amadurecimento do ecossistema digital português e a sua capacidade de inovação sustentada.

Computação quântica e soberania tecnológica

A computação quântica surge como uma das principais apostas de futuro. O estudo estima que o mercado global das tecnologias quânticas possa atingir 97 mil milhões de dólares até 2035, com a computação quântica a representar 72 mil milhões. Em Portugal, universidades, centros de investigação e instituições públicas integram projetos europeus como o EuroQCI (European Quantum Communication Infrastructure), reforçando a posição do país na corrida pela soberania tecnológica.

Estas tecnologias prometem revolucionar setores estratégicos como as finanças, energia, mobilidade e ciências da vida, pela sua capacidade de processar problemas de elevada complexidade que ultrapassam as limitações da computação clássica.

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IA, cibersegurança e computação híbrida impulsionam o novo ciclo tecnológico

A inteligência artificial e a cibersegurança inteligente são apontadas como motores da nova economia digital portuguesa. A robótica multifuncional deverá ser adotada por 30% das grandes empresas industriais até 2027, abrindo caminho a fábricas, hospitais e serviços públicos mais autónomos e conectados.

Em paralelo, o reforço das estratégias zero trust e o uso de IA na deteção preditiva de ameaças consolidam o compromisso do país com a segurança digital. A computação híbrida e a migração para clouds privadas também ganham destaque: 42% das empresas nacionais planeiam transferir cargas críticas até 2026, procurando maior controlo de dados e previsibilidade de custos.

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Sustentabilidade e confiança digital como prioridades

A sustentabilidade tecnológica assume-se como pilar estratégico da transformação empresarial. Segundo o relatório, 60% dos líderes de TI em Portugal já priorizam práticas ESG, sobretudo em soluções de eficiência energética, rastreabilidade e economia circular. “As medidas implementadas neste domínio devem ser vistas como investimento, não como custo”, sublinha Pedro Moura, salientando que a eficiência energética e o impacto positivo na imagem corporativa geram retorno direto.

O estudo destaca ainda o avanço das tecnologias de verificação digital baseadas em IA e blockchain, que combatem a desinformação e fortalecem a confiança nas identidades digitais.

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Um futuro de trabalho aumentado e conectado

Com o modelo híbrido consolidado, 74% dos líderes portugueses acreditam que tecnologias de IA, Realidade Aumentada e plataformas colaborativas podem aumentar a produtividade em até 30%. O conceito de Augmented Connected Workforce traduz esta nova era de colaboração entre humanos e máquinas, em que a tecnologia amplifica capacidades e redefine a produtividade.

Apesar dos desafios em talento e infraestrutura, o relatório conclui que Portugal está a transformar o seu potencial digital em resultados tangíveis com impacto ambiental, económico e social.

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