Tiago Xavier, Chief Information Security Officer da Quidgest, reflete sobre o chamado “momento Louvre” e sublinha que a verdadeira proteção digital nasce das pessoas: “A segurança é um compromisso ético e estratégico, não um ato técnico.”
Quando o mundo acordou, em outubro de 2025, com a notícia de que o Museu do Louvre tinha sido assaltado, a surpresa não se limitou ao roubo em si. O detalhe mais insólito surgiu durante a auditoria: uma das senhas críticas de segurança era simplesmente “Louvre”. Nenhum algoritmo complexo, nenhuma sequência aleatória de caracteres — apenas o nome do edifício mais visitado do planeta.
Para Tiago Xavier, Chief Information Security Officer (CISO) da Quidgest, o episódio ultrapassa a anedota e traduz um problema estrutural. “O erro não foi técnico, foi cultural. O uso de uma palavra-passe tão previsível não vem do desconhecimento, mas de uma perceção errada de risco. Acreditar que ‘isto nunca nos vai acontecer’ é, provavelmente, a frase mais perigosa que se pode ouvir dentro de uma organização”, afirma.
Segundo o especialista, a cibersegurança moderna exige mais do que tecnologia: requer consciência, responsabilidade e atenção quotidiana. “Não há firewall que proteja uma cultura que subestima o valor dos pequenos gestos — desde escolher uma palavra-passe segura até confirmar a origem de um e-mail suspeito. É nas pessoas que começa a segurança.”
Uma Cultura que Vai Além da Tecnologia
Na Quidgest, a segurança da informação é entendida como um pilar da própria identidade corporativa. “Mais do que uma obrigação técnica, é um compromisso ético e estratégico”, explica Tiago Xavier. “Proteger dados, sistemas e processos é proteger a confiança que os nossos clientes depositam em nós.”
Com quase duas décadas de experiência em desenvolvimento de software e investigação tecnológica, o CISO lidera as áreas de segurança da informação, infraestruturas e inovação, assegurando que cada projeto segue padrões rigorosos de integridade e fiabilidade. “Acreditamos que a segurança se constrói todos os dias, através de decisões conscientes, políticas claras e formação contínua. É uma cultura viva, que depende de todos.”
Essa visão é sustentada pela adoção da norma ISO 27001, reconhecida internacionalmente por definir boas práticas de gestão da informação. “Mais do que um certificado na parede, a ISO 27001 representa uma forma de pensar. Cada colaborador, equipa e projeto da Quidgest é parte ativa dessa responsabilidade coletiva”, refere.
Segurança e Inovação de Mãos Dadas
Tiago Xavier foi também um dos principais responsáveis pela evolução do Genio, a plataforma de geração automática de código da Quidgest. A sua trajetória combina rigor técnico e visão estratégica, refletindo a filosofia da empresa: unir inovação e segurança de forma natural. “Queremos provar que segurança e inovação não são forças opostas, mas complementares. É possível desenvolver tecnologia avançada sem comprometer a confiança”, afirma.
O engenheiro acredita que a transformação digital sustentável depende da criação de valor fiável. “Na Quidgest, não queremos o nosso ‘momento Louvre’. Queremos ser exemplo de responsabilidade e transparência. A segurança faz parte do ADN da empresa — está na forma como concebemos, testamos e entregamos cada solução.”
A Confiança Como Obra-Prima
A lição do Louvre, segundo Tiago Xavier, deve servir de alerta universal. “A segurança, tal como a arte, vive do detalhe e da consistência. Um único descuido pode comprometer uma obra inteira”, diz. Por isso, defende que os líderes empresariais vejam a segurança da informação não como uma despesa, mas como um investimento na confiança.
“O essencial não está nas joias perdidas do Louvre, mas no exemplo que deixam. Todos os dias, empresas de todos os setores enfrentam riscos semelhantes. E, muitas vezes, o que separa a tranquilidade do desastre é um gesto simples — mudar uma palavra-passe, questionar um pedido estranho, ativar a autenticação multifator.”
Para o CISO da Quidgest, a conclusão é inequívoca: “Proteger informação é proteger valor. E a confiança, como qualquer obra-prima, conquista-se com cuidado, detalhe e perseverança.”
