Economia portuguesa vive “Momento de inflexão”

A análise da Capitalizar confirma uma economia portuguesa resiliente e um dos trimestres mais fortes da última década.

José Pedro Pais, Partner da Capitalizar

“Estamos perante um momento de inflexão da economia portuguesa”, afirma José Pedro Pais, da Capitalizar, ao destacar a economia portuguesa resiliente no terceiro trimestre de 2025.

A Capitalizar divulgou a sua análise técnico-económica relativa ao terceiro trimestre de 2025, que confirma uma economia portuguesa resiliente e com desempenho superior à média europeia. Segundo a consultora, o trimestre evidenciou crescimento líquido expressivo, dinamismo setorial e eficácia dos mecanismos de recuperação empresarial, num contexto continental marcado por maior instabilidade.

Os dados revelam 12.126 novas empresas constituídas (+9,9% face ao período homólogo) e 2.731 dissoluções (-11%), resultando num rácio de 4,4 novas empresas por cada dissolução — um dos mais favoráveis da última década. No acumulado até setembro, registam-se 39.242 novas empresas, equivalente a oitenta por cento do total de 2024, enquanto as dissoluções descem para 9.464 (-8%), reforçando a trajetória positiva.

Para José Pedro Pais, partner da Capitalizar, estes resultados traduzem uma mudança estrutural. “Estamos perante um momento de inflexão da economia portuguesa. Não se trata apenas de crescimento em volume, mas de uma transformação qualitativa do tecido empresarial, com setores estratégicos a liderarem a expansão”, afirma o responsável.

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A análise setorial evidencia desempenhos contrastados. A construção soma 5.583 constituições (+14,1%), as atividades imobiliárias atingem 4.660 (+24%) e o comércio por grosso e retalho regista o maior volume absoluto, com 5.403 novas empresas. Já os transportes e armazenagem apresentam uma quebra acentuada (-21,3%), enquanto as indústrias transformadoras mantêm crescimento moderado, fortemente dependente das exportações. Estas tendências acompanham as projeções do Banco de Portugal, que estima um crescimento do PIB de 1,9% em 2025.

O trimestre também confirma o recuo das insolvências. Entre julho e setembro registaram-se 462 processos (-7,8%), para um total acumulado de 1.432 (-8,4%). Em contraste, a Europa apresenta um aumento médio de 11% em 2025. José Pedro Pais destaca que “esta divergência face à Europa não é casual, é o resultado de políticas macroeconómicas bem calibradas e de um ecossistema empresarial que soube adaptar-se”, sublinhando que Portugal demonstra “uma capacidade excecional de antecipar e mitigar riscos empresariais”.

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No mercado de revitalização, o trimestre reforça a eficácia dos mecanismos de recuperação. Até ao final do segundo trimestre foram concluídos 211 processos PECRE/PER (+11,1%), com 55% de planos homologados. “A taxa de sucesso acima dos 50% reflete maior sofisticação na abordagem à recuperação empresarial”, observa José Pedro Pais, salientando que setores sob maior pressão, como os transportes, recorrem ao PER de forma mais precoce e estratégica.

O enquadramento macroeconómico reforça o posicionamento competitivo do país, com crescimento acima da média europeia (+0,8 p.p. em 2025-27), inflação em convergência com a meta de dois por cento do BCE, investimento impulsionado pela construção e reforço dos fundos europeus. Para 2026, a Capitalizar antecipa continuidade deste diferencial competitivo, com oportunidades em construção e imobiliário, reestruturação nos transportes e acompanhamento especializado nas indústrias transformadoras.

A consultora conclui que 2025 consolida Portugal como uma das economias com melhor dinamismo empresarial na Europa. José Pedro Pais salienta que “estamos perante uma janela de oportunidade única” e que “as empresas que combinarem expansão inteligente com estratégias robustas de mitigação de risco estarão melhor posicionadas para construir vantagens competitivas duradouras”.

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