A Valorpneu definiu as prioridades para o futuro do SIGPU: reforço da investigação, digitalização e inteligência artificial para tornar o sistema mais ágil, colaborativo e sustentável.
A Valorpneu delineou as linhas estratégicas para o próximo ciclo de gestão de pneus usados em Portugal, com enfoque na inovação tecnológica e na colaboração entre operadores. As decisões foram apresentadas no encontro realizado nos dias 10 e 11 de novembro, na Madeira, que serviu de plataforma para projetar o futuro do Sistema Integrado de Gestão de Pneus Usados (SIGPU).
A entidade gestora anunciou que 2026 será um ano de aposta em investigação, desenvolvimento, digitalização e processos de inteligência artificial, com o objetivo de agilizar o sistema e criar mais soluções para o mercado. “Vamos continuar a inovar e a tornar o sistema mais colaborativo, assegurando novas respostas para os pneus usados”, afirmou a equipa da Valorpneu na apresentação “Desafios e perspetivas para 2025/26”.
Climénia Silva, diretora-geral da Valorpneu, destacou a importância da extensão da licença da entidade gestora para 10 anos, que substitui o modelo anterior de cinco anos. “Este novo enquadramento permite maior visibilidade estratégica, assume metas mais ambiciosas e reforça a estabilidade necessária para continuar a evoluir o sistema”, sublinhou.
Segundo a Valorpneu, em 2025 a taxa de recolha deverá superar o objetivo de 96 por cento, prevendo-se a recolha de cerca de 93 mil toneladas de pneus. O impacto ambiental é significativo, com a redução estimada de 175 mil toneladas de emissões de gases com efeito de estufa. A reciclagem continua a ser o destino prioritário, seguida da valorização energética, enquanto a recauchutagem permanece com expressão residual e continua a exigir incentivos.
A aposta em inovação é também evidente no programa NextLap Tech Hub, promovido em parceria com a Beta-i. A quarta edição já está em curso e envolve empresas de setores como automóvel, construção e têxtil, com o objetivo de desenvolver soluções e pilotos para o tratamento e reutilização de pneus usados.
Mais do que rever práticas do passado, a Valorpneu quer garantir que o SIGPU entra na próxima década com bases mais sólidas — aliando tecnologia, responsabilidade ambiental e visão estratégica.
