Rui Cruz, CEO da Opensoft, sintetiza o desafio central do setor público: sem uma governação de dados eficaz, não há maturidade digital capaz de sustentar serviços modernos, fiáveis e centrados no cidadão.
A digitalização do setor público tem avançado a um ritmo acelerado, mas a expansão de sistemas, plataformas e aplicações expôs uma fragilidade muitas vezes ignorada: a forma como os dados são geridos, protegidos e utilizados. Numa administração dependente de informação atualizada e confiável, a ausência de uma estratégia sólida compromete tanto a eficiência dos serviços como a confiança dos cidadãos. É neste contexto que a governação de dados eficaz assume um papel estruturante.
Segundo Rui Cruz, CEO da Opensoft, “a boa governação de dados é o alicerce de qualquer transformação digital sustentável”. O responsável considera que a qualidade e a proteção da informação são hoje condições indispensáveis para que o setor público possa criar sistemas mais eficientes, transparentes e orientados para as necessidades reais da população. Como sublinha, “é impossível construir serviços centrados no cidadão sem garantir que as decisões públicas assentam em dados fiáveis e atualizados”.

Qualidade e coerência como base da decisão pública
A qualidade dos dados tornou-se um fator decisivo para a eficácia das políticas públicas. Informações incompletas, duplicadas ou desatualizadas criam distorções, atrasos e ineficiências que se repercutem diretamente nos serviços prestados. A Opensoft sublinha que a implementação de mecanismos de validação contínua, normalização e monitorização é fundamental para assegurar padrões elevados de precisão e consistência.
Esta prática não só melhora a fiabilidade dos sistemas administrativos, como contribui para uma maior transparência e rigor na gestão pública. A qualidade da informação é, assim, uma condição necessária para que as instituições atuem com previsibilidade, responsabilidade e orientadas por evidência, aspetos decisivos para reforçar a confiança social.
Capacitação organizacional: o fator humano da transformação digital
A governação de dados eficaz não depende apenas de tecnologia. Rui Cruz enfatiza que a capacitação das equipas é determinante para o sucesso de qualquer estratégia. A literacia digital, a compreensão dos processos de gestão da informação e a definição de responsabilidades claras criam uma cultura organizacional que valoriza o uso ético e estratégico dos dados.
Quando diferentes departamentos partilham práticas e compreendem a importância da informação que produzem, a cooperação torna-se mais fluida e os serviços mais eficientes. Esta maturidade interna é o que permite transformar a governação de dados num verdadeiro instrumento de modernização administrativa.

Segurança e confiança como prioridades no setor público
A segurança da informação é um dos pilares que sustenta a credibilidade das instituições. O cumprimento do RGPD, a implementação de políticas de proteção de dados, a gestão rigorosa de acessos e o uso de encriptação são elementos que definem uma administração preparada para os desafios contemporâneos.
Para Rui Cruz, a proteção dos dados não é apenas uma obrigação legal, mas um compromisso ético: “Uma governação sólida previne riscos de exposição indevida e cria uma base de confiança que sustenta a transformação digital e a prestação de serviços mais seguros e fiáveis”. A confiança digital, recorda, é um dos ativos mais valiosos que uma entidade pública pode construir.

Um caminho para uma administração mais moderna e transparente
Ao colocar estes princípios no centro das suas estratégias digitais, o setor público fortalece a integridade da informação e cria condições para uma governação mais colaborativa e eficiente. A aposta numa governação de dados eficaz permite decisões mais informadas, serviços mais ágeis e uma relação mais transparente entre o Estado e os cidadãos.
Como conclui Rui Cruz, “a governação de dados sustenta o sucesso da transformação digital”. É este compromisso entre rigor técnico, responsabilidade ética e capacitação organizacional, que definirá a próxima etapa da modernização administrativa em Portugal.







