Apenas 25% dos bancos consegue vantagem competitiva com IA

Estudo da BCG revela que a maioria das instituições financeiras ainda não integra a Inteligência Artificial na estratégia de negócio, limitando o seu impacto.

Empresas estão preparadas para enfrentar choques globais.
Na foto Pedro Pereira, Managing Director & Senior Partner da BCG em Lisboa.

Apenas um quarto dos bancos a nível global está a conseguir capitalizar a Inteligência Artificial para obter vantagens competitivas sustentáveis, conclui o estudo For Banks, the AI Reckoning Is Here da Boston Consulting Group (BCG). Apesar da tecnologia já acrescentar valor em várias indústrias, a maioria das instituições financeiras continua a aplicá-la em projetos-piloto isolados, sem escala nem retorno mensurável.

“A Inteligência Artificial está a transformar rapidamente a forma como os bancos criam valor e se relacionam com os clientes. Contudo, a maioria destas instituições ainda não está a alinhar, de forma eficaz, esta tecnologia com a estratégia de negócio”, afirma Pedro Pereira, Managing Director e Senior Partner da BCG em Lisboa. O responsável defende que apenas uma abordagem estratégica e orientada para impacto permitirá desbloquear todo o potencial da IA em áreas como eficiência operacional, personalização da experiência do cliente, deteção de fraude e gestão de risco.

Ilustração de Storyset em Freepik

Entre as barreiras mais significativas está a incerteza regulatória, apontada por 61% das instituições, que manifestam receios em relação à transparência e ao risco reputacional. Também a ausência de métricas claras limita o avanço da tecnologia: 60% dos bancos ainda não definiram indicadores de desempenho financeiro para avaliar o impacto da IA, dificultando a priorização de investimentos e a alocação de capital.

A escassez de talento especializado é outro obstáculo relevante. Dois terços dos bancos reportam dificuldades em recrutar perfis de IA e cerca de um terço admite que menos de 25% dos colaboradores recebeu formação para trabalhar com esta tecnologia. Esta lacuna compromete a implementação operacional e a utilização responsável da IA em domínios críticos.

Segundo a BCG, os bancos devem reformular a estratégia de adoção de IA, colocar a tecnologia no centro da arquitetura tecnológica, assumir uma governação proativa e investir na capacitação de talento. Só assim conseguirão escalar a Inteligência Artificial de forma segura e transformar os seus modelos de negócio num mercado cada vez mais competitivo.

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