A transição energética começa dentro de casa. Esta é a mensagem da Associação de Bioenergia Avançada (ABA), que lançou uma iniciativa para sensibilizar os cidadãos para o aproveitamento de fontes de energia renovável a partir de práticas quotidianas. Através de uma checklist prática, a ABA quer ajudar os portugueses a reconhecer o potencial dos seus próprios resíduos e a contribuir para uma gestão mais eficiente e sustentável do consumo energético.
“A eficiência energética vai desde a forma como cozinhamos até ao aproveitamento de resíduos orgânicos”, afirma Ana Calhôa, Secretária-Geral da ABA. “Cada pessoa pode ter um papel ativo ao garantir que esses resíduos não são simplesmente desperdiçados, mas encaminhados para valorização energética.”
A checklist da ABA aborda temas como a separação adequada dos resíduos orgânicos, o conhecimento sobre os sistemas de recolha seletiva existentes nos municípios e a utilização de compostores domésticos ou comunitários. A associação destaca ainda a importância de hábitos de consumo que evitem o desperdício alimentar e do envolvimento em projetos locais de bioenergia, fundamentais para o sucesso de iniciativas de valorização energética.
Segundo a ABA, restos de comida, borras de café e cascas de fruta são recursos com potencial energético, nomeadamente para a produção de biocombustíveis avançados. O aproveitamento começa com ações simples, como a correta separação do lixo orgânico ou o depósito de óleos usados em oleões municipais.
A associação sublinha que o sucesso da bioenergia avançada em Portugal depende da participação ativa dos cidadãos, sobretudo numa fase em que o país enfrenta desafios relevantes ao nível da independência energética e da sustentabilidade ambiental. O envolvimento das famílias é visto como essencial para criar uma cadeia de valor que beneficia todos os setores da economia, desde a agricultura à indústria.
A ABA pretende, com esta ação, reforçar a literacia energética e promover uma abordagem sistémica à bioenergia, demonstrando que as decisões individuais em contexto doméstico têm impacto real na capacidade do país gerar energia limpa e reduzir a sua pegada ambiental.
