A Biond, associação das bioindústrias de base florestal, divulgou os resultados dos seus Programas Operacionais entre 2019 e 2025, revelando ganhos expressivos na produtividade e resiliência da floresta portuguesa. Com um investimento de 22,8 milhões de euros, a iniciativa permitiu intervir diretamente em cerca de 100.000 hectares, beneficiando 11.500 proprietários florestais em 70.000 parcelas distribuídas por todo o país.
Segundo os dados da Biond, as áreas intervencionadas apresentam uma proteção contra incêndios 3,3 vezes superior face a zonas não geridas e um aumento de produtividade de 23% quando comparadas com terrenos em abandono. Mais de 47% da área abrangida está já certificada ou em processo de certificação, assegurando práticas sustentáveis reconhecidas internacionalmente.
A associação sublinha que este esforço tem um impacto económico direto: as empresas associadas transferem anualmente 325 milhões de euros para a economia rural dos 18 distritos do continente, promovendo emprego, fixação da população e valorização dos territórios do interior.
Apesar destes resultados, a Biond alerta para a necessidade de reforçar o apoio público à gestão ativa da floresta. Mais de 60% da área florestal permanece sem qualquer gestão, segundo o 6.º Inventário Florestal Nacional. A associação defende políticas públicas eficazes e mecanismos de financiamento estruturados que incentivem a atuação dos pequenos e médios proprietários.
“A floresta é um ativo estratégico nacional. Portugal precisa de uma resposta concreta que reconheça o mérito das intervenções realizadas e permita replicar este modelo de sucesso a nível nacional”, afirma a Biond em comunicado.