O setor do retalho tornou-se um dos alvos preferenciais dos cibercriminosos em 2024, com mais de 800 ataques detetados na Europa pela unidade de inteligência x63 Unit da Cipher, divisão de cibersegurança da Prosegur. Em Portugal, a tendência foi igualmente preocupante, com um crescimento assinalável de incidentes, sobretudo em canais digitais e cadeias de abastecimento.
Entre os vetores de ataque mais frequentes destacam-se o ransomware, a violação de dados, a engenharia social e a infiltração por terceiros comprometidos. Os grupos Ransomhub, Hunters e ALPHV/BlackCat lideram as campanhas maliciosas, recorrendo a técnicas sofisticadas e explorando vulnerabilidades críticas, como no caso do exploit MOVEit.
Os impactos dos ataques são vastos: desde interrupções operacionais e perdas financeiras a danos reputacionais e sanções regulatórias. Ainda assim, apenas 28% das organizações afetadas optaram por pagar os resgates exigidos, um valor inferior aos 41% registados nos anos anteriores — sinal de maior maturidade e preparação das empresas.
A Cipher destaca o esforço crescente do setor na implementação de medidas preventivas, incluindo autenticação multifator, segmentação de sistemas, deteção precoce, formação interna e planos de continuidade de atividade. A partilha de informação entre entidades públicas e privadas tem igualmente reforçado a capacidade de resposta coletiva.
Para Luís Martins, Diretor-Geral da Cipher Portugal, “o setor do retalho enfrenta um ambiente cada vez mais hostil. A ciber-resiliência já não é uma opção, mas um imperativo estratégico para proteger toda a cadeia de valor — do fornecedor ao consumidor”.
A Cipher sublinha a importância de uma abordagem holística, com inteligência proativa, testes de intrusão e auditorias contínuas. Face a ameaças em constante evolução, a prevenção torna-se a principal arma para garantir operações seguras, confiança do consumidor e continuidade do negócio.