O comércio do G20 acelerou no T3 2025, com a União Europeia a registar o terceiro trimestre consecutivo de crescimento. Portugal acompanha a tendência, impulsionado pelas exportações de bens e serviços.
O comércio de mercadorias e serviços voltou a crescer no terceiro trimestre de 2025 na maioria das economias do G20, apesar da incerteza gerada pelas políticas comerciais. Segundo os dados mais recentes, as exportações e importações registaram aumentos moderados face ao trimestre anterior, com a União Europeia a destacar-se pelo terceiro período consecutivo de expansão, refletindo uma retoma gradual da atividade económica.
Na União Europeia, as exportações aumentaram 3,2% e as importações 2,9%, apoiadas pelo dinamismo dos setores aeronáutico e farmacêutico em França e Itália, e por uma evolução positiva da indústria alemã, onde as exportações cresceram 2,8% e as importações 3,7%. No Reino Unido, a retração ligeira das exportações contrastou com um aumento significativo das importações, influenciado pelos setores da aeronáutica e da indústria automóvel.

Em Portugal, os dados do trimestre reforçam a tendência europeia de recuperação, com crescimento tanto nas exportações de bens como nos serviços, sob impulso dos setores de máquinas, equipamentos e viagens. Os serviços turísticos, em particular, continuam a desempenhar um papel central, contribuindo para o saldo excedentário da balança externa portuguesa no acumulado do ano.
O relatório mostra também desempenhos contrastados na Ásia de Leste. A Coreia registou um aumento expressivo das exportações (+4,8%) e importações (+4,9%), impulsionado pela procura de semicondutores e veículos. No sentido oposto, o Japão apresentou quebras nas exportações ( –1,6%) e importações (–2,0%), penalizado pela descida das vendas de automóveis e produtos médicos. Na China, as exportações recuaram 0,7%, enquanto as importações cresceram 3,8%, apoiadas pela procura de aeronaves, circuitos integrados e produtos de alta tecnologia.
Nas Américas, o comércio também avançou de forma consistente. O México aumentou as exportações em 3,3%, devido ao dinamismo das máquinas mecânicas e eléctricas. A Argentina destacou-se com uma subida de 10,6% nas exportações, suportada pelos produtos agrícolas e petrolíferos. No Brasil, as exportações aumentaram 4,3%, acompanhadas pelo crescimento das importações de navios, combustíveis e fertilizantes.
O comércio de serviços mostrou igualmente evolução positiva no terceiro trimestre. Em várias economias europeias, os fluxos de viagens foram determinantes. França registou aumentos de 3,6% nas exportações de serviços e 5,2% nas importações, enquanto a Alemanha viu as receitas de viagens reforçarem as exportações (+1,0%) e um ligeiro recuo nas importações (–0,7%). Itália registou uma subida das importações de serviços (+3,0%), refletindo maior despesa turística no exterior.

Em Portugal, os serviços continuam a ser um pilar da atividade externa, com crescimento expressivo nos segmentos de viagens, tecnologias de informação e serviços empresariais, reforçando a posição do país no comércio europeu. O dinamismo do setor turístico português, aliado ao contributo crescente das exportações de serviços tecnológicos, reforça o alinhamento do país com a trajetória positiva da União Europeia.
Fora da Europa, as exportações de serviços diminuíram no Japão (–5,8%) e cresceram significativamente na Coreia (+6,1%) e na China (+6,2%), impulsionadas por viagens, construção e propriedade intelectual. A Índia e o Brasil também registaram subidas relevantes nas exportações de serviços (+2,0% e +4,3%, respetivamente).
Apesar das tensões comerciais e das incertezas geopolíticas, o comércio internacional manteve-se resiliente no terceiro trimestre de 2025, com a Europa a assumir um papel de estabilização e Portugal a acompanhar esta tendência de recuperação sustentada.







