Computação quântica vista como maior ameaça à cibersegurança até 2030

Estudo da Capgemini revela que seis em cada dez empresas acreditam que o “Q-Day” chegará na próxima década e 65% já temem ataques do tipo harvest-now, decrypt-later.

Foto de Vishal Prasad em Freepik

A computação quântica deverá tornar-se a maior ameaça à cibersegurança nos próximos 3 a 5 anos, de acordo com o relatório Future Encrypted: Why post-quantum cryptography tops the new cybersecurity agenda, divulgado pelo Research Institute da Capgemini. O estudo alerta que os atuais algoritmos de encriptação poderão tornar-se rapidamente obsoletos, deixando dados e comunicações digitais expostos a riscos crescentes.

Entre os riscos identificados destacam-se os ataques “harvest-now, decrypt-later”, nos quais dados roubados hoje poderão ser desencriptados no futuro com recurso à computação quântica. Dois terços das organizações (65%) admitem estar preocupadas com este tipo de ataque, enquanto seis em cada dez early adopters estimam que o chamado “Q-Day” – o momento em que computadores quânticos terão capacidade para quebrar a encriptação atual – ocorrerá dentro de uma década. Um em cada seis acredita que poderá acontecer já nos próximos cinco anos.

“Estar preparado para a computação quântica não é uma questão de prever uma data, é uma questão de gerir um risco irreversível. A transição atempada garante a continuidade dos negócios, a conformidade com a regulamentação e a confiança a longo prazo”, sublinhou Marco Pereira, Global Head of Cybersecurity, Cloud Infrastructure Services da Capgemini.

O relatório mostra que setores críticos como defesa e banca estão na linha da frente da adoção de soluções seguras, enquanto áreas mais orientadas para o consumidor, como retalho e bens de consumo, revelam menos urgência.

A maioria das organizações (70%) vê na criptografia pós-quântica (PQC) a melhor resposta imediata, já estando a avaliar ou a testar soluções que ofereçam proteção abrangente dos dados. Para muitas, as exigências regulatórias são um fator decisivo nesta transição. No entanto, cerca de 30% das empresas continuam a ignorar os riscos e a adiar a alocação de recursos à segurança quântica.

Com o avanço tecnológico, a Capgemini alerta que as medidas implementadas hoje não devem ser vistas como despesa, mas como um investimento estratégico que pode transformar um risco iminente numa vantagem competitiva.

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