Dois projetos portugueses selecionados pelo EIT Health RIS

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Dois projetos portugueses ficaram entre os onze finalistas do programa europeu da EIT Health para soluções inovadoras na área dos cuidados de saúde. Os projetos nacionais são o ESAIA, que está a desenvolver a avaliação precoce da infeção no ouvido; e o Mindaux que criou uma plataforma de terapeutica digital para a saúde mental.

O EIT Health RIS Innovation Call é um programa europeu de apoio a projetos de inovação na área de cuidados de saúde, provenientes de regiões emergentes da UE. Cada um dos onze projetos selecionados receberá um financiamento de até 75 mil euros e mentoring da rede de parceiros europeus da EIH Health.

O ESAIA (Early Stage Ear Infection Assessment) é um projeto que pretende efetuar uma avaliação precoce da otite nas crianças. Para detetar a infeção no ouvido, a sua solução passa por utilizar um termómetro como dispositivo médico não invasivo, o qual avaliará a cor do ouvido interno e do tímpano. O dispositivo inclui duas fibras óticas e uma unidade eletrónica capaz de mudar linearmente a luz emitida, bem a cor, o que permitirá identificar eventuais inflamações nos ouvidos.

Já o Mindaux (MAX) é uma plataforma social de terapêutica digital direcionada para empresas, que visa apoiar os colaboradores com problemas de saúde mental através de uma terapia eletrónica de comportamento cognitivo (eCBT). Para tal, utiliza-se uma terapia gerada em Inteligência Artificial, validada empiricamente por um protocolo de tratamento para distúrbios emocionais, a qual será atualizada de acordo com informação prestada por colaboradores ou com origem em dispositivos.

Na edição deste ano, foram selecionadas 11 das mais de 100 ideias enviadas para avaliação, de consórcios oriundos da Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Grécia, Itália e Letónia, para além de Portugal. Segundo os organizadores, as propostas apresentadas revelaram uma qualidade superior, em relação às edições anteriores, e tiveram em atenção os desafios mais prementes da sociedade em matéria de cuidados de saúde.

“A taxa de sucesso das candidaturas apresentadas é a mais elevada da história do programa. A qualidade das soluções aumentou significativamente, o que pode ser um sinal de que o nível de resposta das equipas das regiões emergentes está a melhorar”, sublinha Mónika Tóth, EIT Health InnoStars RIS Programme Manager.

Para a responsável pelo programa, “Os jovens investigadores mostram-se cada vez mais bem preparados, com conhecimentos, competências e capacidades para aplicar em produtos e soluções comercializáveis ideias de cuidados de saúde. São também mais criativos no desenvolvimento de consórcios de parcerias industriais, académicas e de I&D”, explica.

Três grandes áreas dominam as candidaturas, com 46% a concentram-se em trazer para casa as soluções de cuidados de saúde; 36% pretendem promover vidas mais saudáveis; e, 18% assumem preocupações quanto à saúde no local de trabalho. O número recorde de ideias para a prestação de cuidados fora dos hospitais “é extremamente importante, especialmente no contexto da integração da saúde e dos cuidados sociais e da pressão exercida sobre os serviços hospitalares”, destaca Mónika Tóth.

Imagem de Gundula Vogel por Pixabay

As onze soluções selecionadas de inovação em saúde:

Em 2021, a Eslovénia (3), Portugal (2) e Letónia (2) estiveram entre os países mais bem-sucedidos neste programa de inovação europeu. Outros projetos que mereceram apoio provêm de Itália, Eslováquia, Grécia e Croácia, com um consórcio oriundo de cada país. Quase uns terço dos projetos propõem soluções de Inteligência Artificial ou Big Data.

Para além dos projetos portugueses ESAIA e Mindaux, já destacados, foram ainda escolhidos:

  • Uma solução tecnológica que ajuda pessoas com gaguez a fazer chamadas telefónicas (Croácia);
  • Uma solução para programas de exercícios de fisioterapia em casa combinados com tecnologias inovadoras e design de especialistas (Eslovénia);
  • Solução de telemonitorização para doentes com hipertensão, dislipidemia, obesidade, alto risco cardiovascular e SARS-CoV-2 positivos em relação à polimorbilidade. A solução garante a redução de intervenções, menos chamadas de GP ou visitas ao médico (Eslováquia);
  • Um módulo adicional para dispositivos CPAP que ajuda os pacientes com apneia do sono obstrutiva (OSA) a controlar a concentração de oxigénio, e permitindo que o seu fornecimento seja ajustado e monitorizado pelo paciente (Letónia);
  • Um revestimento híbrido com várias camadas para implantes médicos, com a capacidade de entrega de fármacos (Letónia);
  • Uma plataforma de diagnóstico online para testar infeções sexualmente transmissíveis – permitindo o pedido e a realização de testes a partir de casa (Eslovénia);
  • Um sistema ergonómico de proteção individual que reduz a probabilidade de exposição a gotículas contaminadas (Itália);
  • Um dispositivo adaptável para monitorização contínua “em casa” para doentes com doenças cardiorrespiratórias agudas e crónicas (Grécia);
  • Uma ferramenta exclusiva que permite uma transferência mais rápida, eficiente e segura de criotubos congelados (Eslovénia).

No caso dos projetos portugueses, o consórcio ESAIA é liderado pela Metablue Solution, para além de ser constituído por três Project Partners: EIT Health HUB, por via da Universidade do Porto, Hospital Sousa Martins (hospital público localizado na Guarda) e Solidtech. Já consórcio do Mindaux teve como Project Leader o Mindaux Digital Therapeutics, enquanto os Project Partner foram, mais uma vez, o EIT Health HUB (através da Universidade do Porto), MONDAY e Escola de Psicologia da Universidade do Minho.

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