Emprego em TI cresce em Portugal, mas automação já reduz equipas

O emprego em TI em Portugal continua a crescer em 2026, mas a automação e a otimização de processos já estão a contribuir para a redução de equipas no setor.

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As empresas de tecnologia em Portugal mantêm intenções de contratação fortes para o início de 2026, mas a automação e a otimização de processos começam a surgir como fatores relevantes de redução de emprego no setor, segundo o mais recente Experis Tech Talent Outlook.

O setor das tecnologias de informação em Portugal apresenta uma das perspetivas de contratação mais otimistas da Europa para o primeiro trimestre de 2026, com uma projeção de criação líquida de emprego de +36%. Os dados, divulgados no Experis Tech Talent Outlook, representam um aumento de 10 pontos percentuais face ao trimestre anterior e colocam o país como o nono mercado com intenções de contratação mais elevadas, ligeiramente acima da média global.

De acordo com o estudo, 59% dos empregadores nacionais de TI prevê aumentar as suas equipas nos primeiros três meses de 2026, enquanto 10% antecipa reduções e 26% espera manter o atual número de colaboradores. A expansão das empresas, seja através de novos projetos temporários ou do crescimento estrutural das organizações, surge como a principal razão para o reforço das equipas.

Em paralelo, a automação e a otimização de processos começam a ter um impacto direto na redução do emprego no setor. Entre as empresas que antecipam cortes, 33% apontam a automação como um dos principais fatores, um valor superior à média nacional de todos os setores. Os processos de reorganização interna e de downsizing são igualmente referidos como causas relevantes para a diminuição das equipas.

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Segundo Nuno Ferro, Brand Leader da Experis, o mercado de trabalho tecnológico entra numa fase mais seletiva. “O contexto de transformação digital exige uma aposta em perfis especializados em áreas críticas como a Inteligência Artificial, os dados e a cibersegurança, permitindo às empresas acelerar a digitalização e responder a um mercado em constante evolução”, afirma.

O relatório indica ainda que, ao contrário do que sucede noutros setores da economia, os desafios económicos não são apontados pelas empresas de TI como motivo para a redução de emprego em Portugal. Ainda assim, as alterações estruturais do mercado e a crescente exigência de competências especializadas estão a tornar as contratações mais segmentadas.

A nível global, o setor das TI mantém-se como o mais otimista em termos de criação de emprego, com uma projeção de +35% para o primeiro trimestre de 2026, apesar de um ligeiro abrandamento face ao final de 2025, refletindo um ajustamento gradual num contexto de transformação tecnológica acelerada.

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