A maioria das empresas portuguesas mantém uma perspetiva positiva para 2025, com 62,5% a antecipar um crescimento das receitas e 78% a projetar um aumento dos lucros. Os dados são do mais recente barómetro europeu da ERA Group, consultora especializada em otimização de custos e processos, que sublinha a aposta das empresas numa abordagem estratégica face ao atual cenário macroeconómico e geopolítico.
O estudo, realizado junto de 1.500 decisores de pequenas e médias empresas em toda a Europa, revela que Portugal segue a tendência europeia, embora com um otimismo mais moderado face à média. A análise destaca a gestão de custos como uma ferramenta cada vez mais estratégica, usada para reforçar a resiliência, a competitividade e a capacidade de adaptação num ambiente de crescente incerteza.
Setores como o retalho e distribuição (95%), construção (93%) e manufatura (88%) apresentam os níveis mais elevados de confiança, alinhando-se com as projeções europeias, onde 73% das empresas esperam crescimento nas receitas e 93% nos lucros ao longo do ano.
De acordo com João Costa, country manager da ERA Group, “as empresas mais resilientes são precisamente aquelas que encaram a gestão de custos como um pilar estratégico do seu desenvolvimento”, sublinhando a importância de uma abordagem holística à gestão empresarial.
O estudo revela ainda que 95% dos inquiridos estão a reinvestir os lucros na transformação interna, apostando em tecnologias como a inteligência artificial, práticas sustentáveis e cadeias de abastecimento mais eficientes e localizadas. Esta tendência representa uma mudança significativa na cultura empresarial portuguesa, que privilegia agora a inovação, a formação de talentos e a diversificação de produtos como motores de crescimento sustentado.
Apesar da confiança, mais de metade das empresas expressam preocupação com a instabilidade nas políticas comerciais internacionais. No entanto, para muitas organizações, especialmente as de menor dimensão, estas mudanças são vistas como uma oportunidade para reformular modelos de negócio e reduzir a dependência de mercados externos.
A reestruturação operacional, a melhoria da experiência do cliente, a revisão do portfólio de produtos e a reorganização das equipas de vendas e marketing fazem parte da resposta estratégica adotada pelas empresas, num cenário cada vez mais marcado pela agilidade e pela adaptação ativa às novas exigências do mercado.