Estudo da Adecco alerta: Perceção dos ganhos da IA supera o seu impacto real

Estudo da Adecco mostra que a perceção dos ganhos de tempo com a IA supera o impacto real e apela a uma estratégia centrada em pessoas.

Foto de Videoflow em Freepik

O Grupo Adecco revela que, embora os profissionais acreditem poupar tempo com a IA, a produtividade real nas empresas ainda não acompanha essa perceção, reforçando a necessidade de medir o impacto e investir em formação.

O Grupo Adecco publicou a sexta edição do relatório Global Workforce of the Future, sob o título “Humanity at Work: How to Thrive in the AI Era”, que analisa o impacto da inteligência artificial na transformação do trabalho. O estudo, baseado em respostas de 37.500 profissionais de 31 países e 21 setores, revela um crescimento expressivo na adoção de IA e alerta para a importância de uma abordagem estratégica centrada nas pessoas.

Segundo o relatório, os trabalhadores afirmam estar a poupar em média duas horas por dia graças à IA, mas esse ganho de tempo nem sempre se traduz em maior produtividade. Um terço dos profissionais continua a ocupar essas horas em tarefas rotineiras, o que reforça a necessidade de medir o impacto real da tecnologia no trabalho.

A IA é apontada como a maior força de transformação em 2025, superando a incerteza económica e o trabalho flexível. A confiança na sua utilização também cresceu: 71% dos inquiridos afirmam não ter qualquer barreira ao uso da IA, um salto face aos 19% registados em 2024.

Para Denis Machuel, CEO do Grupo Adecco, “a IA já faz parte do dia-a-dia e os profissionais estão mais otimistas quanto ao seu potencial. Mas a tecnologia, por si só, não garante mudança — são as pessoas que estão no centro de todas as transformações. Só com formação e envolvimento ativo se desbloqueia o verdadeiro valor da IA.”

O estudo também sublinha que profissionais “future-ready”, aqueles que atualizam competências e se adaptam às novas tecnologias, demonstram maior clareza nos objetivos e confiança no futuro. Daniela Seabrook, Chief HR Officer do Grupo Adecco, acrescenta: “Cabe às empresas fornecer ferramentas, formação e quadros éticos robustos para que a IA seja um motor de crescimento e não de ansiedade.”

Outro dado relevante é o impacto do propósito e da ligação humana na retenção de talento: entre os trabalhadores que percebem como o seu trabalho contribui para a estratégia da empresa, 99% planeiam manter-se na organização, contrastando com apenas 53% entre os que não sentem esse alinhamento.

O relatório conclui que o futuro do trabalho exige lideranças humanas e éticas, capazes de combinar tecnologia e empatia. A adoção da IA, afirma a Adecco, deixou de ser opcional — é uma prioridade estratégica que só terá impacto duradouro se colocar as pessoas no centro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor escreva o seu comentário!
Por favor coloque o seu nome aqui

3 × one =