A Foundever apresentou um guia de boas práticas que propõe uma reformulação profunda do modelo de colaboração entre a Administração Pública e o setor privado. O documento defende que as abordagens tradicionais de outsourcing, centradas na redução de custos e na externalização de funções não essenciais, devem dar lugar a parcerias de valor partilhado, onde Estado e empresas alinham recursos e conhecimento para atingir objetivos comuns.
O guia From misconceptions to mastery: A government guide to identifying the best outsourcing partner surge num momento crítico para a administração pública, que tem o desafio de executar 16,6 mil milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência até 2026, maximizando o impacto na modernização do Estado.
Entre os novos formatos sugeridos no documento estão laboratórios de inovação conjunta, equipas mistas com funcionários públicos e especialistas externos, e modelos de financiamento baseados em resultados mensuráveis, em vez de pagamentos fixos.
O guia identifica cinco áreas prioritárias para a modernização dos serviços públicos:
- Serviços centrados no cidadão com capacidade preditiva, capazes de antecipar necessidades e oferecer serviços proativos;
- Inteligência artificial complementar, para automatizar tarefas repetitivas e libertar os funcionários para funções de maior valor;
- Infraestruturas de dados interoperáveis, assegurando partilha segura de informação sob controlo do Estado;
- Sistemas de segurança adaptativa, com ciberdefesa em tempo real apoiada por IA;
- Metodologias ágeis para fundos europeus, que permitam maior flexibilidade e transparência na execução de projetos financiados pela UE.
Em termos de gestão contratual, o documento propõe acordos de nível de serviço evolutivos, painéis de controlo públicos com métricas de desempenho e mecanismos para recolher feedback direto dos cidadãos.
Pedro Santos, Country Leader da Foundever em Portugal, considera que “a continuidade governativa permite avançar para um modelo de Estado-plataforma, onde a administração pública atua como orquestradora de um ecossistema de inovação distribuída”. O responsável defende que Portugal pode tornar-se um laboratório de inovação governamental na Europa, criando oportunidades para startups e PME tecnológicas nacionais.