Segundo dados divulgados pela Sifted, o fundraising de capital de risco na Europa registou uma queda de 60% em 2025, apesar do aumento do investimento em startups, impulsionado sobretudo pelas rondas em inteligência artificial.
A captação de novos fundos de capital de risco na Europa sofreu uma redução de 60% em 2025, segundo dados divulgados pela Sifted. Esta contração contrasta com a evolução positiva do investimento em startups, que já ultrapassou o volume registado em 2024, impulsionado por mega rondas e pela aceleração do setor da inteligência artificial.
De acordo com os números citados pela Sifted, as startups europeias arrecadaram mais de 49 mil milhões de euros desde o início do ano, superando os 47,3 mil milhões captados em 2024. Este crescimento ocorreu apesar de terem sido realizadas cerca de 400 rondas de financiamento a menos, refletindo uma maior concentração de capital em empresas de maior dimensão e no segmento deep tech.
O investimento em startups nativas de IA foi o principal motor da subida, registando um aumento de 140%, de 4,1 mil milhões para 9,7 mil milhões de euros. O dinamismo estendeu-se ainda às operações de pré-IPO e Séries D, que apresentaram um crescimento de 1,5%.
Contudo, o cenário do fundraising apresenta um quadro mais desafiante. Segundo a mesma análise, os fundos europeus enfrentam dificuldades crescentes em angariar capital junto de investidores institucionais, num contexto marcado por taxas de juro elevadas, menor apetite pelo risco e maior competição internacional.
A Sifted sublinha que esta quebra na captação de fundos pode limitar a capacidade de financiamento do ecossistema europeu nos próximos anos, sobretudo para startups em fases iniciais, tradicionalmente mais dependentes de capital local.
Apesar do contraste entre investimento robusto e fundraising reduzido, a publicação refere que o ano de 2025 demonstra que a Europa mantém dinamismo no investimento em inovação, embora enfrente um ciclo mais exigente no acesso a capital novo.