A atividade global de fusões e aquisições deverá atingir 4,8 biliões de dólares em 2025, o segundo valor mais elevado de sempre, impulsionada por mega transações e pelo dinamismo do setor tecnológico, segundo a Bain & Company.
A atividade global de fusões e aquisições (M&A) registou uma forte recuperação em 2025 e prepara-se para alcançar um valor total estimado de 4,8 biliões de dólares, o segundo montante mais elevado alguma vez registado. De acordo com a Bain & Company, este valor representa um crescimento de 36% face a 2024, refletindo uma reativação significativa do mercado de transações estratégicas.
O ressurgimento do M&A foi impulsionado sobretudo por mega transações superiores a 5 mil milhões de dólares, que concentraram cerca de 75% do crescimento do valor estratégico dos negócios. Uma parte relevante destas operações foi protagonizada por compradores classificados como pouco frequentes, empresas que historicamente recorrem menos a aquisições, mas que avançaram agora para investimentos de grande escala. Apesar do aumento expressivo em valor, o número total de transações cresceu apenas 5%.

O setor tecnológico esteve na linha da frente desta recuperação, com o valor das transações a aumentar mais de 76%, para cerca de 478 mil milhões de dólares, impulsionado sobretudo por negócios relacionados com inteligência artificial. A manufatura avançada foi outro dos motores do crescimento, com um aumento de 38% no valor das operações, para 717 mil milhões de dólares.
A recuperação do mercado de M&A foi transversal a regiões e setores. Os Estados Unidos representaram quase metade do valor global das transações estratégicas em 2025, enquanto a Grande China se destacou pelo maior número de negócios, suportada por um mercado interno robusto. O Japão duplicou o valor das suas operações, tornando-se o terceiro maior mercado mundial, e a Europa, o Médio Oriente e a África registaram igualmente um crescimento expressivo em valor, ainda que com uma redução de 7% no número total de negócios.
Segundo Álvaro Pires, sócio da Bain & Company, “as empresas em todos os setores estão a reconhecer a necessidade de reformular as suas estratégias”. O responsável sublinha que, num contexto de maior otimismo quanto às avaliações e de melhoria das condições de mercado, “as fusões e aquisições voltaram a assumir um papel central na estratégia de crescimento”.

A Bain identifica como principais fatores deste ciclo de recuperação a flexibilização das regulamentações, a descida do custo de capital e a redução do diferencial de avaliação entre compradores e vendedores. As avaliações médias subiram para 11,6 vezes o EV/EBITDA, ainda abaixo dos máximos registados em 2021 na maioria dos setores.
A consultora antecipa que estas dinâmicas continuem a moldar o mercado em 2026, cuja análise detalhada será apresentada no Relatório Global de M&A da Bain & Company, a divulgar em janeiro.







