O Dia Internacional da Juventude, assinalado a 12 de agosto, traz para o debate a forma como a Geração Z está a redefinir o conceito de liderança. Para muitos jovens, cargos de chefia tradicionais significam mais burocracia e stress do que realização e impacto, afastando-os de funções hierárquicas convencionais.
Para Filipa Jardim da Silva, psicóloga clínica especializada em desenvolvimento organizacional, este é o momento para as empresas adotarem modelos de liderança mais conscientes, colaborativos e alinhados com os propósitos individuais e coletivos. “Não se trata apenas de gerir tarefas, mas de inspirar pessoas, criar ambientes criativos e promover resiliência organizacional”, sublinha.
A especialista defende que a retenção de talento jovem passa por estratégias que incluam autonomia real na gestão de projetos, flexibilidade nos modelos de trabalho, alinhamento entre funções e valores pessoais, progressão baseada em competências e impacto, equipas multidisciplinares e investimento contínuo em formação e mentoring.
Um estudo da consultora Robert Walters confirma a tendência: apenas 30% da Geração Z admite assumir cargos de chefia intermédia no futuro, enquanto 15% rejeita essa hipótese. Para 55%, estas funções são demasiado stressantes e pouco compensadoras.
“As empresas que souberem adaptar os seus modelos de liderança às novas expectativas serão mais competitivas e resilientes. A questão não é se estas mudanças vão acontecer, mas quando”, conclui Filipa Jardim da Silva.