Gestão Imobiliária Adota Inteligência Preditiva e Redefine o Setor

Em Portugal, os administradores de imóveis estão a adotar tecnologia e IA para uma gestão mais estratégica, transparente e sustentável.

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Com a crescente procura por habitação, novas exigências regulatórias e metas de sustentabilidade, os administradores de imóveis em Portugal estão a abandonar a gestão reativa para abraçar ferramentas digitais, manutenção preventiva e uma abordagem estratégica à gestão de ativos.

A administração de propriedades em Portugal está a atravessar uma transformação profunda. Dados recentes do INE mostram que, em 2024, o país registou um aumento de 13,1% nas transações de habitação e uma subida de 10,8% nos preços dos imóveis. Face a estes números e às metas do governo, que prevê a construção de 33.000 novas casas até 2030, os administradores estão a ser desafiados a modernizar os seus métodos de trabalho.

As novas exigências legais, relacionadas com segurança, arrendamentos de curta duração e eficiência energética, estão a afastar o setor dos modelos tradicionais de resposta a problemas. “A administração de imóveis em Portugal tem vindo a evoluir de um papel reativo para uma função mais estratégica”, afirma Tiago Guerra Balreira, diretor da PortalPRO para a região Ibérica. “Trata-se não só de cumprir regras, mas também de criar confiança e transparência.”

Tecnologia ao serviço da gestão

Plataformas digitais estão a permitir uma mudança para modelos de gestão mais previsíveis e eficientes. Estas ferramentas centralizam a comunicação, monitorizam o estado dos edifícios e automatizam a manutenção preventiva. No entanto, a adoção continua desigual. Muitos administradores ainda dependem de sistemas analógicos, como folhas de cálculo ou comunicações por e-mail.

“Alguns sabem que precisam de melhores ferramentas, mas não têm tempo ou apoio para implementá-las”, refere Balreira. Ainda assim, uma nova geração mais familiarizada com tecnologia está a entrar no setor, acelerando a mudança.

Funcionalidades como comparações de orçamentos com prestadores certificados, relatórios automáticos e comunicação em tempo real estão a simplificar processos e a reduzir atritos com condóminos e proprietários. “Os administradores precisam de sistemas que tornem as decisões mais simples e o seu trabalho visível para todos os envolvidos”, defende.

O impacto da inteligência artificial

A inteligência artificial começa também a ganhar espaço na administração imobiliária. Funcionalidades como relatórios automatizados de mercado, alertas de manutenção preditiva e classificação automática de ocorrências estão a ser testadas no mercado português. Ainda em fase inicial, estas soluções seguem uma tendência europeia clara: segundo uma pesquisa recente do UK PropTech Association, mais de 78% dos líderes do setor no Reino Unido planeiam adotar IA nos próximos três a cinco anos.

Com o aumento das exigências ambientais e das transações, o setor português está a caminhar para um modelo mais estruturado e orientado por desempenho. “Ser um administrador moderno deixou de ser um luxo: é uma exigência do mercado”, conclui Balreira. “Investidores, proprietários e inquilinos exigem mais dados, mais transparência e mais visão de futuro. Quem conseguir responder a isso estará a liderar o futuro do imobiliário em Portugal.”

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