“IA deixa de ser promessa e passa a motor de transformação”

58% das empresas já investem em agentes de Inteligência Artificial para gerar crescimento e eficiência.

Na foto: Tiago Kullberg, Managing Director & Partner da BCG em Lisboa

Os agentes de Inteligência Artificial estão a deixar de ser uma tendência emergente para se tornarem uma peça central na estratégia de crescimento de muitas organizações. De acordo com o estudo IT Spending Pulse da Boston Consulting Group (BCG), 58% das empresas já apostam nestes sistemas para transformar processos, acelerar decisões e melhorar a experiência do cliente. Para Tiago Kullberg, Managing Director e Partner da BCG em Lisboa, o impacto vai muito além da automação: “Os agentes de IA não se limitam a automatizar tarefas – transformam jornadas inteiras, com ganhos muito superiores em eficiência, qualidade da decisão e experiência do cliente.”

ROI superior e investimento tecnológico em alta

As empresas com maior maturidade em IA antecipam um retorno sobre o investimento (ROI) de 13,7% com os agentes de IA — acima do alcançado por aplicações tradicionais de Inteligência Artificial. Esta confiança explica o aumento previsto de 4,6% nos orçamentos tecnológicos em 2025, impulsionado por áreas como IA generativa, cloud, cibersegurança e análise de dados. Por outro lado, categorias já consolidadas, como servidores e dispositivos, deverão perder peso nos investimentos.

Transformação começa nas pessoas e nos processos

Tiago Kullberg sublinha que o verdadeiro desafio está na transformação estrutural: “70% do esforço está na transformação de processos e pessoas, e só 30% depende de dados, tecnologia e algoritmos.” Esta visão obriga as organizações a reestruturar processos, codificar boas práticas internas, garantir a qualidade dos dados e dos sistemas, e gerir os riscos éticos e operacionais associados à adoção de agentes inteligentes.

Foto de Freepik

Casos de uso multiplicam-se em diversas áreas

Atualmente, os agentes de IA são mais utilizados em atendimento ao cliente (53%), análise de dados (40%) e desenvolvimento de produto (28%). Contudo, a sua aplicação começa a ganhar força em áreas menos exploradas como gestão da cadeia de abastecimento, compliance (KYC) e comunicação externa. O estudo da BCG aponta para uma transição clara da fase de experimentação para uma utilização estratégica e sustentada, com impacto direto nos fluxos de trabalho e na geração de valor.

Infraestruturas e personalização como pilares da escalabilidade

A capitalização destes agentes depende da capacidade das empresas para modernizar infraestruturas, integrar modelos preditivos e personalizar os agentes com base nos seus próprios dados e objetivos. A proteção de endpoints, a adoção de estratégias zero trust em cibersegurança e o reforço das capacidades de análise são também pilares fundamentais para garantir uma implementação eficaz e escalável.

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