A OCDE anunciou uma descida da inflação global para 4,0% em maio de 2025, o valor mais baixo desde junho de 2021. Ainda assim, os preços médios continuam significativamente acima dos níveis pré-pandemia, com um aumento acumulado de 33,7% desde dezembro de 2019.
Em Portugal, a pressão sobre o custo de vida mantém-se elevada com uma taxa de inflação global de 2,3% (maio), ligeiramente acima do valor registado no mês anterior (2,1%), mas claramente abaixo dos 3,1% registados no período homólogo de 2024. A pressão faz-se sentir sobretudo em áreas como alimentação, com uma subida de abril (1,6%) para maio (2,5%) e vestuário e habitação (1,7%).
Segundo os dados divulgados, a inflação subjacente na OCDE — que exclui alimentação e energia — também recuou, fixando-se em 4,4%. A tendência de abrandamento foi registada em 24 países da organização, incluindo Portugal. Ainda assim, os preços continuam a crescer a um ritmo quase duas vezes superior ao registado antes da pandemia.
Na zona euro, a inflação harmonizada caiu para 1,9% em maio, com o indicador subjacente a atingir o nível mais baixo desde janeiro de 2022. A queda foi impulsionada pela desaceleração nos serviços, enquanto os preços da energia mantiveram a tendência negativa. Segundo estimativas do Eurostat, a inflação global manteve-se estável em junho, nos 2,0%.
A OCDE alerta que, apesar do abrandamento generalizado, o impacto acumulado da inflação nos últimos quatro anos continua a pesar nos orçamentos das famílias, especialmente nos países como Portugal, onde o poder de compra foi mais afetado pela crise energética e pela subida generalizada dos preços.