Inflação trava compras, mas desperdício alimentar mantém-se no Natal

Desperdício alimentar no Natal mantém-se elevado: 63% dos portugueses deitam comida fora apesar da inflação e de maior contenção nas compras.

Foto de Horbannataliia8 em Freepik / IA

Apesar da inflação e de maior contenção nos gastos, 63% dos portugueses continuam a desperdiçar comida no Natal. Em média, 10% dos alimentos comprados não é consumido, segundo um estudo da Too Good To Go.

A inflação está a condicionar as decisões de compra dos portugueses nesta quadra festiva, mas não tem sido suficiente para reduzir de forma significativa o desperdício alimentar. De acordo com um estudo da Too Good To Go, 63% da população admite desperdiçar comida no Natal, mantendo-se o desperdício médio em cerca de 10% dos alimentos adquiridos.

O inquérito revela que 84% dos consumidores afirma reajustar os gastos, privilegiando produtos mais económicos ou reduzindo quantidades. Ainda assim, mais de metade reconhece que irá comprar mais comida do que o necessário, um desfasamento que ajuda a explicar a persistência dos níveis de desperdício face a 2024.

Em termos financeiros, os portugueses deverão gastar, em média, 120 euros em produtos alimentares típicos da época natalícia, num contexto em que o orçamento total de Natal cresce sobretudo devido à pressão inflacionista. Tendo em conta que parte desses alimentos não é consumida, o desperdício representa cerca de 12 euros por pessoa apenas nesta quadra.

O estudo identifica os alimentos base como principais responsáveis pelas sobras, com destaque para o pão e acompanhamentos como batatas, arroz e massa, que concentram mais de metade do desperdício registado. Em sentido inverso, a proporção de pessoas que afirma não desperdiçar qualquer alimento aumentou para 36,9% em 2025.

Segundo Tiago Figueiredo, country director interino da Too Good To Go Portugal, “apesar da inflação, os portugueses continuam a preparar comida em excesso, mas a prática de reaproveitar sobras está cada vez mais consolidada”, apontando o planeamento como fator-chave para reduzir perdas e pressão no orçamento familiar.

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