A II Convenção dos Condomínios mostrou como a inteligência artificial na gestão de condomínios está a transformar processos, serviços e eficiência no setor.
A Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC) reuniu mais de cento e oitenta profissionais na II Convenção dos Condomínios, dedicada ao tema “A Evolução Tecnológica na Gestão de Condomínios em Portugal”. O encontro, organizado em parceria com a Improxy, promotora do software GECOND, analisou o papel crescente da inteligência artificial na modernização do setor e refletiu sobre os desafios que acompanham esta transformação.
Ao longo do dia, administradores, juristas, especialistas em seguros, banca, manutenção e tecnologia discutiram o impacto das ferramentas digitais na eficiência, segurança e sustentabilidade dos edifícios. O Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção esteve representado pelo presidente, Fernando Batista, que revelou estar em preparação um projeto de regulação da atividade profissional de administração de condomínios. O responsável destacou que a qualificação será decisiva para valorizar a profissão e assegurar uma gestão sustentável dos edifícios, que descreveu como “a única atividade que acompanha toda a vida útil de um imóvel”.
Na sessão de abertura, Vítor Amaral, presidente da APEGAC, afirmou que “o futuro da gestão de condomínios é inovar, mas com qualidade, ética, responsabilidade e segurança”, sublinhando que a inteligência artificial permitirá “fazer mais e melhor com os mesmos recursos humanos”, através da automatização de tarefas e da melhoria dos serviços prestados.
A tecnologia foi também tema central das intervenções dedicadas à manutenção e à relação com os condóminos. Paulo Alexandre, senior advisor da Inhouse Digital e fundador da Improxy, referiu que o setor caminha para software “cada vez mais completo e centralizado”, especialmente no domínio da manutenção preditiva, alertando que “ou aderem ou ficam para trás”. O responsável reforçou que “a IA não substitui o humano”, sendo o objetivo “simplificar processos, mantendo sempre a decisão humana”. Na área da manutenção, Miguel Franco, da Schmitt+Sohn, destacou o contributo dos sensores e da análise preditiva para aumentar segurança e disponibilidade dos elevadores.
No painel jurídico, Maria dos Anjos Guerra, especialista em propriedade horizontal, abordou as implicações legais da integração tecnológica, enquanto Vítor Amaral alertou que “a tecnologia evolui mais rápido do que a lei”, defendendo a necessidade de regulamentar temas como câmaras inteligentes, proteção de dados e responsabilidades associadas à IA generativa.
A aplicação prática das tecnologias foi demonstrada por José Vale, CEO da Improxy, que apresentou funcionalidades já integradas no setor, desde assistentes virtuais permanentes e criação automática de ocorrências até reconciliação bancária e elaboração de orçamentos com base em análises históricas. “A IA acelera processos, reduz erros e liberta tempo para aquilo que realmente importa: a estratégia, o crescimento e a satisfação dos condóminos”, afirmou, sublinhando que todas as operações exigem validação humana.
Com elevada participação do início ao fim, a II Convenção dos Condomínios evidenciou que a digitalização do setor é já uma prioridade para empresas e profissionais, que veem na inteligência artificial uma oportunidade para promover modernização, transparência e melhoria contínua na gestão de edifícios.







