Investimento em IA cresce, mas falta talento para escalar inovação

O Kyndryl Readiness Report 2025 revela que o investimento em IA cresce, mas a falta de talento e modernização tecnológica limita a inovação.

Foto de DC Studio em Freepik

O Kyndryl Readiness Report 2025, divulgado ontem pela Kyndryl, analisa o grau de preparação das empresas para a adoção da inteligência artificial (IA) e a modernização tecnológica. Baseado em respostas de 3.700 líderes empresariais de 21 países, o estudo revela um cenário de progresso cauteloso: 54% das organizações já registam retorno positivo dos investimentos em IA, mas 62% ainda se mantêm na fase-piloto dos seus projetos e apenas 29% consideram as suas equipas prontas para a tecnologia.

Para Martin Schroeter, Presidente e CEO da Kyndryl, “existe uma falta de preparação à medida que as empresas procuram concretizar o valor transformador da IA”. Embora 90% afirmem possuir ferramentas e processos adequados para inovar, mais de metade reconhece que a infraestrutura tecnológica continua a travar a modernização.

Os números confirmam uma tensão entre confiança e capacidade real. Apesar de um aumento médio de 33% no investimento em IA face a 2024, e de 68% das empresas aplicarem capital significativo em pelo menos uma aplicação, a maturidade tecnológica e as competências humanas continuam a ser o ponto fraco.

A falta de talento especializado é vista como o principal obstáculo: quase nove em cada dez líderes acreditam que a IA transformará completamente as funções dentro das organizações no próximo ano, mas admitem que os colaboradores ainda usam pouco estas ferramentas.

O relatório destaca também a pressão geopolítica e regulatória sobre a gestão de dados. Três em cada quatro executivos manifestam preocupação com os riscos associados à cloud global, e 65% já ajustaram as suas estratégias, recorrendo à repatriação de dados ou migração para modelos privados.

Outro ponto de atenção é a cultura organizacional. Quase metade dos CEOs reconhece que os seus processos de decisão são lentos e limitam a inovação. As empresas mais avançadas — designadas Pacesetters — diferenciam-se por priorizar a capacitação, a cultura e o alinhamento da liderança, sendo 20% menos propensas a registar incidentes cibernéticos e 30% mais preparadas para adaptar-se a novas regulamentações.

O relatório conclui que a preparação humana e cultural será o fator determinante para o sucesso da próxima fase da revolução tecnológica. Sem talento e modernização efetiva, o aumento do investimento em IA poderá revelar-se apenas uma promessa por cumprir.

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