Linda Pereira lidera conferência internacional de líderes femininas no Algarve

O evento reúne líderes femininas globais para discutir inovação, empreendedorismo e networking para transformar a liderança feminina globalmente.

Na foto: Linda Pereira, consultora e palestrante

Linda Pereira, comentadora da CNN Portugal e figura de destaque na comunicação estratégica e diplomacia corporativa, será a anfitriã da G100 Leadership Summit, uma cimeira internacional de líderes femininas a decorrer no próximo mês de outubro, no Algarve. O evento promete ser uma oportunidade única de networking e troca de conhecimentos entre mulheres de todo o mundo, abordando temas como igualdade de género, inovação e empreendedorismo.

Com uma carreira marcada pelo ativismo em prol da igualdade de género, Linda Pereira foi escolhida para liderar o setor de comunicação do G100 a nível global. “Poder contribuir para que as vozes das mulheres sejam ouvidas é uma honra e uma vocação”, afirma. Defensora da importância do networking entre mulheres, Pereira sublinha que iniciativas como o G100 Leadership Summit são fundamentais para empoderar as novas gerações de líderes femininas.

Além da partilha de conhecimentos e experiências, o evento pretende promover a construção de redes de apoio mútuo e a criação de projetos inovadores. Às empreendedoras, Linda Pereira deixa uma mensagem de motivação: “Criem uma tribo, rodeiem-se de pessoas que as empoderem e invistam em networking estratégico. Nunca deixem que alguém lhes diga que não conseguem!”

Na foto: Linda Pereira, consultora e palestrante

Empoderamento Feminino: Desafios e Oportunidades no Empreendedorismo

Linda Pereira é já um rosto conhecido de todos nós nas televisões portuguesas, principalmente quando a vemos na CNN como comentadora. A luso-britânica, nascida em Inglaterra e residente atualmente em Cascais, visitou Portugal, pela primeira vez, no final dos anos 70, ainda era uma estudante.

Em 1983, imigrou sozinha para o nosso país, onde apesar de ser lusodescendente, não tinha família. Em 1987 criou a sua própria empresa e em 1992, pouco antes da Expo98, envolveu-se na organização da primeira Presidência Portuguesa da UE.

Trabalhou em mais de 146 destinos, é hoje consultora internacional, perita residente na OMT, administradora de empresas, palestrante, escritora, professora universitária, empreendedora, especialista em comunicação estratégica e em diplomacia corporativa.

Linda Pereira foi considerada uma das cinco personalidades portuguesas mais influentes na indústria de eventos e recebeu vários prémios internacionais, entre eles, uma medalha de honra de empreendedorismo. Tem dois doutoramentos Honoris Causa.

Atualmente gere um grupo de comunicação e foi escolhida como uma das Global 100 Leaders sendo nomeada “Global Chair” para o setor da Comunicação, além de ativista em causas de igualdade de género e diversidade.

No próximo mês de Outubro, vai liderar uma conferencia com líderes femininas internacionais no Algarve, O G100 Leadership Summit, que promete ser um grande impulso na troca de conhecimentos e de network entre os participantes.

Linda Pereira, especialista em comunicação estratégica e ativista pela igualdade de género, lidera o G100 Leadership Summit 2024 no Algarve.
Na foto: Linda Pereira, consultora e palestrante

O Papel das Mulheres no Empreendedorismo Global

Na sua opinião, como vê a evolução do empoderamento feminino na última década?

Vimos inúmeras iniciativas, associações e grupos ativistas a surgirem, a concentrarem-se e a estabelecerem estratégias, para finalmente mudar o desequilíbrio, que privou as mulheres de desempenhar o papel que há muito aspiravam na economia e na sociedade. No entanto, durante muitos anos, existiram entidades que realmente fizeram a diferença e nivelaram as condições de concorrência para as mulheres, no que diz respeito à inovação, tecnologia e empreendedorismo.

De acordo com a investigação na União Europeia, as mulheres lançam uma em cada três novas empresas em Portugal e 30% de todas as novas empresas na Europa. As mulheres empresárias desempenham um papel cada vez mais importante no ecossistema empresarial, um dos principais motores de desenvolvimento na Europa.

Um estudo realizado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revela que quase 10 milhões de mulheres europeias criam o seu próprio emprego e contribuem para a criação de 15 milhões de empregos. Estima-se que 870 milhões de mulheres entrarão no mercado de trabalho ou criarão o seu próprio negócio até ao final desta década.

A OCDE também estima que a continuidade dos avanços na promoção da paridade de género no local de trabalho aumentará o crescimento económico mundial em 30% até 2040. No entanto, a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no empreendedorismo ainda não é uma realidade.

É realmente hora de esta questão deixar de ser um problema. Mas tal como uma vez declarou o antigo Comissário Europeu Carlos Moedas: “é hora de pressionar”. Nós tivemos a conversa, implementamos as estratégias, mas o preconceito e esta lacuna permanecem. Já não basta dizer que as coisas estão mudando. É hora de pressionar pela mudança!

Como a Linda Pereira foi escolhida para liderar o setor de comunicação para o G-100 de forma global?

Sou ativista para a igualdade de género há mais de 40 anos. Tenho levado a mensagem a todos os continentes, lutado para mudanças de leis e como ativista sempre acriditei naquele conceito de que se não tens lugar a mesa leva a tua propria cadeira. Tive a felicidade de ter o meu trabalho reconhecido e hoje tenho orgulho de não sentir vontade de parar. Ao ser chamada para esta tarefa considerei um processo natural.

A comunicação é a base de tudo e é cada vez mais fulcral na contribuição para a mudança. Poder contribuir para que as vozes das mulheres fossem ouvidas é uma honra e também uma vocação. Ser uma das Global 100 e ter imapcto através das Nações Unidas e instituições similares é uma ferramente que ousarei usar para todo o efeito.

Linda Pereira, especialista em comunicação estratégica e ativista pela igualdade de género, lidera o G100 Leadership Summit 2024 no Algarve.
Na foto: Linda Pereira, consultora e palestrante

Linda Pereira: Ativista e Defensora do Empoderamento Feminino Global

A Linda é uma mulher de causas. A sua história de vida é uma fonte de inspiração? Porquê e para quem?

Sou absolutamente comprometida com a obrigação da sociedade civil ter a sua voz. Fui educada num país onde o associativismo é quase uma obrigação. Servir é a palavra chave. Nunca entendi o mundo, sem ser uma oportunidade de sermos úteis, de criarmos valor, de trabalhar para o bem da comunidade e para sermos socialmente responsáveis. Sempre tive voz politica e sempre senti que liderar é servir.

Nasci numa família pobre, mas isso deu-me vontade de crescer e mudar a minha condição. Nunca senti que a minha condição social ou meu género me impedia de nada. Hoje sou uma mulher da fila da frente, mas acredito que esse lugar me obriga a preparar caminho para que todos tenham esse mesmo direito. Como cidadãos, compete-nos criar um mundo de oportunidades para todos.

O que foi feito até agora sobre as políticas de igualdade de género, que possa servir de impulso, para iniciativas como o G-100 Leadership Summit?

Recentemente, houve um estudo global que veio trazer resultados chocantes: Não há nenhum país no mundo, onde as leis garantem direitos absolutamente iguais para homens e mulheres. Mas há países, especialmente os nórdicos, onde os avanços foram brilhantes. Países como Portugal, tem de facto muito boas leis, o problema é que não saem do papel ou não são fiscalizadas. Temos por toda a Europa, brilhantes líderes femininas a garantirem o futuro, mas elas não têm a visibilidade que tem os seus congéneres masculinos.

O G100 vai colocar um holofote sobre essas mulheres, vai verificar que a narrativa seja alterada para que seja não só reconhecido como valorizado o trabalho e o impacto económico das mulheres. No entanto, muito desse trabalho tem de ser feito por elas, e isso requer mudanças de mentalidades. As mulheres precisam de tribos e precisam de começar a valorizarem-se umas às outras. Sao iniciativas como estas que criam esta auto estima do “yes we can!”

O que um participante pode esperar encontrar e pode se surpreender no G100 Leadership Summit?

O G100 Leadership Summit dá palco a mulheres de varios setores que partilham avanços, conhecimento e processos umas com as outras. Debatem os assuntos do mundo que valorizam. Depois tambem oferece palco a muitas mulheres das novas gerações para partilharem seus projectos e suas ideias e terem retorno das mais experientes.

Ao longo dos anos o Summit já mudou e acelerou muitas vidas. Hoje muitas dessas mulheres regressam ao Summit para explicarem como e porquê e assim inspirarem outras para o sucesso, e criarem seus projetos de felicidade.

Na foto: Linda Pereira, consultora e palestrante

A Importância da Comunicação Estratégica na Mudança Social

Que palavras poderia dizer, que sirvam de inspiração às mulheres empreendedoras e que desejam se empoderar, em Portugal e no mundo?

É tudo difícil em Portugal. Tudo demora, tudo é complicado, tudo desmotiva. A palavra que eu posso deixar a futuras emprendedoras é que criem uma tribo. Que se rodeiem de pessoas que as empoderem, que invistam em networking estrategicamente.

O Summit é um exemplo do melhor networking possível, para que elas apoiem outras mulheres, que se tornem visíveis, que nunca desistam e que continuem a lutar se acreditam em algo, que tenham um propósito e criem objetivos e acima de tudo, não permitam que ninguém lhes diga que não conseguem!

Em Portugal as mulheres não são boas networkers. Nao valorizam o networking tanto quanto as mulheres nos outros países. Eu acredito que as mulheres têm mais sucesso quando se juntam a grupos de outras mulheres poderosas. As mulheres apoiam-se umas às outras porque se entendem. Têm de se promover, procurar motivar-se mutuamente, denunciar injustiças e comportamentos inaceitáveis. 

As mulheres têm de transmitir a mensagem e garantir que as pessoas as ouçam. Os modelos de comportamento são cruciais, os meios de comunicação social e a sociedade, devem destacá-los tão frequentemente quanto possível.  As mulheres devem empenhar-se em mudar as perspetivas sociais diariamente e assim a sociedade deve mudar a sua avaliação sobre as mulheres.

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