Marcas de luxo convertem-se ao digital durante a pandemia

Foto de Christian Wiediger no Unsplash

A pandemia impactou, ao longo do ano de 2020, a generalidade das empresas, todavia algumas aparentam resistir mais do que outras. É o caso do segmento de luxo onde, apesar de ainda não existir informação pública sobre as receitas agregadas do ano de 2020, se observa a emergência de novas tendências nas vendas.  

De acordo com o estudo Global Powers of Luxury Goods da Deloitte, o impacto da Covid-19 levou a uma maior aposta das marcas de luxo nos canais digitais, em resposta às restrições na experiência de consumo em lojas físicas. Também se registou uma mudança de paradigma na análise de dados do consumidor, através do recurso a soluções de inteligência artificial (IA) e aplicações de realidade aumentada (RA).

No entanto, os analistas acreditam que as lojas físicas que oferecem uma experiência única ao cliente do segmento de luxo não serão completamente substituídas pelo digital, e a tendência será apostar numa abordagem omnichannel mais ágil nas vendas.

O estudo antevê ainda que as marcas vão conseguir ultrapassar as barreiras impostas pelas regras de distanciamento social, assegurando o cumprimento das regras de higiene e segurança, e os clientes poderão a continuar a desfrutar de uma experiência personalizada em loja.

Segundo Duarte Galhardas, Líder de Consumo e Partner da Deloitte, “a pandemia está a provar ser, acima de tudo, um acelerador para as marcas adotarem novos paradigmas de criação de valor. Embora o segmento de luxo fosse tímido na transição digital e na aposta na sustentabilidade, hoje, mais do que nunca, as marcas de bens de luxo estão a adaptar-se rapidamente à nova realidade e a reinventar a experiência do consumidor, tanto em Portugal como no mundo”.

Em paralelo, a sustentabilidade está também a afirmar-se como uma tendência mais relevante neste setor. As empresas de bens de luxo têm investido significativamente em tecnologias “verdes” e outras medidas como compensação de carbono para contribuir na luta contra as alterações climáticas em resposta às exigências do consumidor.

O estudo Global Powers of Luxury Goods da Deloitte avaliou ainda o peso económico do setor, a nível global. Segundo resultados referentes ao ano fiscal de 2019 (ainda não existem dados consolidados referentes a 2020), as 100 maiores empresas de bens de luxo do mundo geraram receitas agregadas de 281 mil milhões de dólares durante o período compreendido entre 1 de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2019. Este resultado representa um aumento de 8,5% face ao ano anterior.

De salientar ainda que as 10 maiores empresas de luxo contribuíram com mais da metade (51,2%) do total de vendas do conjunto do Top 100 das maiores empresas de luxo do mundo. A LVMH, Kering e The Estée Lauder estão no Top 3 das maiores empresas de luxo do mundo, mantendo a mesma posição do ano fiscal anterior. Enquanto Itália continua a ser o país com maior número de empresas de bens de luxo, França é o mercado com melhor desempenho com um crescimento de vendas composto de 15,7%, contribuindo com 28,3% das vendas totais.

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