O mercado de trabalho português registou um desempenho robusto em abril, com a criação líquida de 152,7 mil empregos face ao mesmo mês do ano passado. De acordo com a análise da Randstad Portugal aos dados do INE, IEFP e Segurança Social, a população empregada atingiu os 5,216 milhões de pessoas — o valor mais elevado desde o início da série estatística, em 1998.
Face a março, houve mais 33,4 mil pessoas a trabalhar (+0,6%) e a taxa de emprego subiu para 65,1%. Também a população ativa cresceu, fixando-se em 5,565 milhões de pessoas, o que representa um novo máximo histórico.
A taxa de desemprego desceu para 6,3%, menos 0,1 pontos percentuais em relação ao mês anterior e ao período homólogo. O número total de desempregados caiu para 349,1 mil, uma redução de 1,2% face a março. As quedas foram mais expressivas entre os homens (-2,3%) e os jovens dos 16 aos 24 anos (-3,3%).
Agricultura e serviços impulsionam recuo do desemprego
Os dados do IEFP confirmam a tendência de melhoria, com o número de desempregados registados a recuar para 313.623, menos 15.898 pessoas num só mês — a maior queda registada num mês de abril desde 2018.
A agricultura destacou-se com uma redução de 12,4% do desemprego, a mais significativa entre os setores. Os serviços também contribuíram, com descidas de 10,9% no alojamento e restauração e de 4,1% nas atividades administrativas. A indústria, energia, água e construção registaram uma melhoria de 2,5%.
A nível regional, o Algarve liderou a recuperação, com uma redução mensal de 23,5% no desemprego registado, seguido por Lisboa e Vale do Tejo (-3,6%) e pela região Norte (-2,6%).
Ofertas de emprego e salários em alta
Em abril, o IEFP registou 16.825 ofertas de emprego por preencher, um aumento de 8,9% face a março e de 39,2% face ao ano anterior. No mesmo período, foram concretizadas 9.352 colocações em todo o país.
As remunerações médias declaradas à Segurança Social em março atingiram os 1.503,36 euros, representando um crescimento de 4,4% em termos mensais e homólogos. Lisboa manteve-se como a região com salários mais elevados (1.767 euros), enquanto Beja apresentou os valores mais baixos (1.206 euros), evidenciando as disparidades regionais.
Para Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal, “os dados de abril mostram uma evolução positiva no mercado de trabalho, com o emprego líquido a crescer e os salários reais a acompanharem essa tendência”. Sublinha ainda que, “num contexto de maior competitividade, a construção de uma marca empregadora forte torna-se essencial para atrair e reter talento.”