Microsoft quer proteger línguas e cultura da Europa na era da IA

A Microsoft apresentou novas iniciativas para proteger a diversidade linguística e cultural da Europa na era da inteligência artificial, com o objetivo de promover uma digitalização mais inclusiva, sustentável e economicamente competitiva.

Foto de Freepik

A Microsoft anunciou, em Paris, dois projetos estratégicos para reforçar a presença das línguas e do património cultural europeus nos sistemas de inteligência artificial. A tecnológica vai apoiar a criação de modelos linguísticos mais representativos e digitalizar elementos culturais icónicos, como parte dos seus Compromissos Digitais Europeus.

A primeira iniciativa passa pela colocação de especialistas do Open Innovation Center e do AI for Good Lab em Estrasburgo, França, para aumentar a disponibilidade de dados multilingues. A Microsoft irá ainda lançar bolsas para apoiar a criação de conteúdos digitais em línguas com fraca representação online, como o esloveno, grego, estónio ou maltês.

Em paralelo, será expandida a iniciativa Culture AI, dedicada à preservação digital de patrimónios. Entre os projetos já confirmados estão a criação de um gémeo digital da catedral de Notre-Dame, em parceria com o Ministério da Cultura francês e a Iconem, e a digitalização de 1.500 maquetas da Ópera Nacional de Paris, bem como 1,5 milhões de artefactos do Musée des Arts Décoratifs.

Foto de Karolina Grabowska em Pexels

“Sem ações urgentes, as línguas e culturas da Europa correm o risco de ser excluídas da revolução da inteligência artificial”, alerta Brad Smith, Vice Chair e President da Microsoft. “É uma questão de inclusão cultural, mas também de competitividade económica.”

Embora apenas 5% da população mundial tenha o inglês como língua materna, este idioma domina mais de metade dos dados usados para treinar modelos de IA. Esta disparidade, segundo a Microsoft, afeta a qualidade, a precisão e a utilidade dos serviços para milhões de europeus.

A empresa compromete-se a não criar propriedade exclusiva sobre os dados recolhidos e garante que todas as colaborações terão por base o respeito pelos termos e a soberania das entidades culturais envolvidas.

“A tecnologia deve refletir a riqueza da humanidade, não apagá-la. A IA deve servir todas as línguas e todas as comunidades”, conclui Brad Smith.

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