Empreendedor.comO marketing B2B em 2025 foi marcado pela IA, integração marketing-vendas e novas práticas estratégicas orientadas ao negócio.
O marketing B2B em 2025 atravessou uma transformação profunda, impulsionada pela Inteligência Artificial e pela consolidação de práticas mais analíticas, integradas e orientadas a resultados.
O Estudo do Panorama do Marketing B2B em Portugal 2025, desenvolvido pela Martech Digital, mostra um setor que reforçou a sua sofisticação operacional e redefiniu prioridades estratégicas. Para Ana Barros, CEO da Martech Digital, o que aconteceu em 2025 não foi apenas evolução tecnológica: foi uma mudança estrutural na forma como o marketing contribui para o negócio.
Segundo o estudo, a IA liderou as prioridades das equipas de marketing, posicionando-se como a tecnologia mais desejada e utilizada ao longo do ano. A sua adoção tornou-se transversal, apoiando processos de análise, segmentação, criação de conteúdos, personalização, automação e teste contínuo de campanhas.
Para Ana Barros, “a Inteligência Artificial transformou o ritmo do marketing. O que antes exigia semanas passou a ser executado em minutos. As empresas que adotaram IA ao longo de 2025 ganharam velocidade, precisão e uma capacidade acrescida de produzir resultados consistentes”. Esta perceção explica a aceleração visível no setor: ciclos criativos mais rápidos, decisões mais fundamentadas e uma maior capacidade para testar abordagens e ajustar estratégias em tempo útil.
A IA assumiu, assim, um papel de músculo criativo e analítico, demonstrando que a tecnologia deixou de ser recurso de apoio para se tornar parte integrante da operação.

2025 ficou também marcado pela consolidação de uma abordagem mais madura, na qual marketing e vendas atuam num eixo partilhado. O estudo revela um foco crescente em métricas como ROI, CAC, eficiência dos funis e impacto direto nas oportunidades comerciais. A colaboração entre equipas intensificou-se, ainda que muitas organizações mantenham práticas informais e pouco sistematizadas, sem KPIs comuns ou rotinas de trabalho plenamente integradas.
A Martech Digital observa que esta maior orientação ao negócio está mais presente em empresas com estruturas sólidas, capacidade tecnológica e CRM implementado. A maturidade varia, mas a direção é clara: o marketing B2B passou a ser medido pela sua contribuição direta para receita, previsibilidade comercial e crescimento sustentado.
Em paralelo, o marketing B2B valorizou a dimensão humana das marcas. Os executivos reforçaram a sua presença pública, sobretudo em redes profissionais, imprensa e eventos, consolidando o personal branding como instrumento de autoridade. Esta tendência refletiu uma perceção crescente de que a confiança e a reputação são ativos comerciais e não apenas comunicacionais.
A produção de conteúdos também ganhou maior profundidade. O estudo mostra um aumento significativo no investimento em estudos, newsletters especializadas e whitepapers, evidenciando a aposta das empresas no thought leadership para diferenciar propostas e educar mercados complexos. Para 44% das empresas, o marketing de conteúdo e as redes sociais foram áreas de crescimento, reforçando a necessidade de criar narrativas que combinem rigor, consistência e utilidade real.

Os eventos voltaram a assumir um lugar relevante no pipeline B2B, com maior mensurabilidade e ligação direta ao negócio. A recuperação presencial trouxe novas oportunidades comerciais, sobretudo em setores industriais e tecnológicos, mas também exigiu mais rigor na avaliação de impacto.
No ambiente digital, o LinkedIn consolidou-se como a plataforma central para comunidades profissionais. O crescimento dos microinfluenciadores, dos conteúdos especializados e das interações de proximidade mostrou que as redes já não são apenas canais de distribuição: são espaços de relação contínua e de construção de autoridade.
A tecnologia de marketing tornou-se parte estruturante das operações B2B. A automação e o CRM figuram entre as áreas de investimento prioritário, ainda que a integração entre sistemas continue a ser um dos principais desafios. Ferramentas como HubSpot, ActiveCampaign ou Brevo afirmaram-se como essenciais para garantir consistência na comunicação, personalização inteligente e gestão integrada do ciclo comercial.
O ano foi igualmente marcado por uma maior procura por dashboards, análises interpretadas e relatórios capazes de traduzir evidência numérica em orientação estratégica. O data storytelling ganhou força, permitindo às equipas transformar a análise em narrativa e, por consequência, em influência.

A leitura global do estudo indica que 2025 foi um ano de consolidação para o marketing B2B em 2025. A IA acelerou processos e decisões; o marketing e as vendas tornaram-se mais interdependentes; o conteúdo aprofundado ganhou nova relevância; e as marcas passaram a equilibrar tecnologia com humanização, análise com narrativa, escala com precisão.
A síntese de Ana Barros resume esta evolução: “as empresas que abraçaram a transformação digital e a automação conseguiram ganhar ritmo e consistência, respondendo melhor às exigências de mercados cada vez mais competitivos e informados”.
O ano fechou com uma certeza: o marketing B2B deixou definitivamente de ser reactivo e tático. Tornou-se analítico, estratégico e orientado ao impacto real no negócio, pronto para entrar em 2026 com maior maturidade e ambição.