O impacto ambiental do trabalho remoto surge como uma das evidências mais relevantes do Inquérito de Sustentabilidade 2025 da Otonomee, revelando reduções expressivas de emissões de CO₂ e mudanças significativas nos hábitos diários dos colaboradores.
A Otonomee, empresa de outsourcing 100% remota, analisou os comportamentos e perceções de grande parte da sua força de trabalho e concluiu que o impacto ambiental do trabalho remoto é substancial. Apenas em Portugal, onde a empresa contava com 251 colaboradores, foram evitadas cerca de 168 toneladas de CO₂ num único ano, sobretudo devido à eliminação das deslocações pendulares. Esta redução equivale, segundo a empresa, a retirar dezenas de viaturas da estrada ou evitar centenas de voos de longo curso — proporções raramente quantificadas no debate público sobre trabalho remoto.
O estudo confirma também que a cultura remote-first influencia comportamentos diários: a maioria dos colaboradores adota práticas mais conscientes de energia, resíduos e consumo doméstico. Há ainda áreas emergentes, como compostagem e redução do desperdício alimentar, que revelam vontade de evolução, embora persistam desafios como o custo da energia renovável ou a dependência do automóvel privado.
Sustentabilidade, cultura organizacional e motivação interna
O inquérito mostra que a sustentabilidade é percecionada pelos colaboradores como parte da identidade da Otonomee. Uma larga maioria considera que políticas robustas tornam a empresa mais atrativa enquanto empregador, sentindo-se motivada e capacitada para contribuir para a agenda ambiental e social. Este alinhamento interno é reforçado pela certificação B Corp e por reconhecimentos externos, incluindo o prémio da CCMA na Irlanda e o 10.º lugar nos Deloitte Technology Fast 50 Awards 2025.
O impacto social vai além do ambiente doméstico: mais de metade dos colaboradores participa em iniciativas de voluntariado, traduzindo uma dimensão comunitária que a empresa procura estimular através de programas internos de formação e comunicação dedicados à sustentabilidade.
Trabalho remoto e acessibilidade: inclusão como vetor estratégico
A política DEI&A da Otonomee integra a acessibilidade como um dos seus pilares. A empresa defende que o trabalho remoto pode ser transformador para pessoas com mobilidade reduzida, eliminando barreiras físicas e ampliando oportunidades de emprego. Este posicionamento traduziu-se recentemente na participação numa feira de emprego realizada com a Associação Salvador, centrada na identificação de talento com mobilidade condicionada. A recetividade foi positiva e vários candidatos deverão avançar para avaliação pelo departamento de Recursos Humanos.
Este eixo de inclusão reforça a ideia de que o impacto ambiental do trabalho remoto não se esgota na dimensão carbónica: tem efeitos diretos na equidade, no acesso ao emprego e na diversificação das equipas.
Uma agenda para 2026: impacto, inclusão e maturidade organizacional
Os resultados do Inquérito de Sustentabilidade mostram que o modelo remote-first da Otonomee está a amadurecer, com impacto mensurável tanto no ambiente como na cultura organizacional. A empresa planeia reforçar as ferramentas de apoio aos colaboradores e aprofundar ações de sensibilização, garantindo que o crescimento acompanha práticas cada vez mais informadas e sustentáveis.
Num momento em que o debate internacional sobre modelos de trabalho continua polarizado, a Otonomee apresenta dados concretos que ilustram o potencial de impacto ambiental do trabalho remoto, posicionando-se como caso de estudo para organizações que procuram equilibrar produtividade, sustentabilidade e inclusão.