As mulheres são atualmente responsáveis por cerca de 32 biliões de dólares em despesas globais e estima-se que controlem 75% das despesas discricionárias a nível mundial nos próximos cinco anos, segundo dados da Nielsen. No entanto, muitas sentem que as suas necessidades não estão a ser devidamente atendidas por vários setores de mercado, criando uma lacuna que representa uma oportunidade de crescimento significativa para as empresas.
De acordo com o estudo da Boston Consulting Group (BCG), intitulado “The $32 Trillion Opportunity in Women-Focused Products and Services“, setores como os cuidados de saúde e os serviços financeiros são aqueles que menos satisfazem as expectativas femininas. Beth Viner, Managing Director e Partner da BCG X em Nova Iorque, destaca que “apesar de as mulheres continuarem a liderar as despesas globais, muitas empresas ainda falham em atender às suas necessidades. As que tomarem medidas proativas para preencher esta lacuna terão uma oportunidade valiosa de crescimento e de criação de lealdade entre as consumidoras”.

No setor dos cuidados de saúde, 66% das mulheres afirmam ser as principais responsáveis pelas decisões familiares, mas apenas 41% consideram que há uma oferta suficiente para atender às suas necessidades. Aspetos como qualidade do atendimento (87%), acessibilidade (82%) e igualdade nos cuidados (76%) são prioridades apontadas. Já no setor financeiro, apesar de as mulheres adicionarem cerca de 5 biliões de dólares ao património global anualmente, menos de 46% sentem que os serviços disponíveis satisfazem plenamente as suas exigências, demonstrando um desajuste na oferta.
Embora os bens de consumo tenham uma aceitação mais elevada, com 66% das mulheres satisfeitas com os produtos de supermercado e 64% com os produtos de beleza, o estudo conclui que nenhuma categoria de produtos responde totalmente às suas expectativas, revelando um espaço para inovação e personalização.

A BCG aponta três fatores-chave para que as empresas possam aproveitar esta oportunidade de mercado: conveniência, viabilidade e exequibilidade. Para que um produto ou serviço seja bem-sucedido junto do público feminino, deve ser desejável e útil, economicamente sustentável e exequível dentro da estrutura operacional da empresa. Além disso, o estudo destaca que a representatividade feminina dentro das organizações, principalmente em posições de liderança, é essencial para desenvolver produtos mais alinhados com as reais necessidades das consumidoras.
Com base num inquérito global a 15.000 pessoas, dos quais três quartos são mulheres, a pesquisa confirma que o mercado feminino não é apenas um nicho, mas uma força dominante na economia global. Empresas que compreenderem e responderem eficazmente a estas necessidades estarão melhor posicionadas para um crescimento sustentável e competitivo.