A mobilidade e a segurança são os principais motores da crescente aposta das PME portuguesas em soluções cloud. A conclusão é do “II Observatório da Cloud e das PME 2025”, promovido pela Jotelulu, que revela uma evolução positiva na adoção destes serviços, apesar do nível de penetração ainda ser considerado reduzido.
Segundo David Amorín, CEO da Jotelulu, “os hyperscalers norte-americanos continuam a direcionar os seus serviços para grandes empresas, deixando as PME com ofertas pouco acessíveis e que não respondem às suas reais necessidades”. Nesse sentido, acrescenta, soluções como as da Jotelulu “ganham espaço por serem mais baratas, flexíveis e garantirem que os dados permanecem dentro da Europa, o que oferece maior confiança às empresas nacionais”.
A Jotelulu é uma plataforma cloud para empresas de TI. Com sede em Madrid e presença em Lisboa desde 2022, a Jotelulu tem mais de 50 mil utilizadores e colabora com mais de 1000 parceiros tecnológicos em vários mercados europeus e América Latina.
A análise abrangeu mais de 500 empresas de TI que ativaram serviços cloud entre maio de 2022 e dezembro de 2024. Foram ainda ouvidos 124 CEOs e CTOs portugueses. O inquérito identificou que a mobilidade (50,4%) e a segurança no armazenamento dos dados (36,6%) são os principais fatores que impulsionam a adesão à cloud. Por outro lado, os preços (48%) e o receio da mudança (38,2%) continuam a ser os principais entraves.
Lisboa (25%), Porto (19%) e Leiria (8,1%) lideram na adoção destes serviços, seguidas de Braga, Setúbal e Aveiro. Os setores mais representativos são o comércio (24%), gestão administrativa (16%) e indústria (13%).
Do ponto de vista tecnológico, as PME estão a investir sobretudo em soluções de infraestrutura (IaaS), nomeadamente para o armazenamento de aplicações críticas (49%). Seguem-se o licenciamento e software (25%) e soluções de armazenamento (22,5%). Estes dados confirmam uma procura crescente por tecnologias que garantam eficiência, flexibilidade e segurança, num ambiente empresarial em rápida digitalização.
David Amorín sublinha ainda que “as PME portuguesas estão a acelerar a sua transformação digital a um ritmo inédito, motivadas por soluções ajustadas à sua realidade”. Contudo, reforça que “o caminho ainda é longo e requer sensibilização contínua para que mais empresas adotem tecnologias essenciais à sua competitividade”.
Apesar da evolução registada, o estudo reforça que a penetração da cloud nas PME permanece limitada, sendo necessário ultrapassar resistências culturais e facilitar o acesso a soluções tecnológicas adaptadas às necessidades e capacidades destas organizações.