Um novo relatório divulgado pela plataforma BestBrokers, com base em dados da World Inequality Database, revela que a concentração de riqueza no topo aumentou em mais de metade dos países do mundo entre 2000 e 2023. Em 101 países, os 1% mais ricos aumentaram a sua quota da riqueza nacional, com casos extremos como o de Chipre, onde essa percentagem cresceu de 12,8% para 33,28% em 23 anos.
Em Portugal, um quarto da riqueza nacional está nas mãos de 1% dos mais ricos (25,05%). Se tivermos em conta os 10% mais ricos, constatamos que eles controlam 60% da riqueza, enquanto os restantes 90% repartem o remanescente do total.
O estudo, que analisou dados de 217 países, destaca ainda a situação dos Estados Unidos, onde o 1% mais rico detém agora 35,53% da riqueza total. Já a África do Sul lidera o ranking global, com os ultra-ricos a concentrarem 55,32% da riqueza nacional.
“Embora existam mais milionários e bilionários do que nunca, a riqueza continua a concentrar-se numa minoria. A desigualdade elevada não é novidade na história, mas os níveis atuais são preocupantes e podem gerar instabilidade social e política”, alerta Paul Hoffman, analista da BestBrokers.
Na lista de países desenvolvidos com maior concentração de riqueza destacam-se ainda a Estónia (33,33%), Chipre (33,28%), Suíça (31,4%), Singapura (30,49%) e Áustria (30,36%). Entre os países com menor desigualdade entre os mais ricos está o Malawi, onde os 1% mais ricos detêm 27,24% da riqueza.
O relatório sublinha que, apesar de múltiplas causas contribuírem para esta tendência, o desenho institucional, a política fiscal e a estrutura económica de cada país continuam a ser determinantes no equilíbrio ou agravamento da concentração de riqueza.