Portugal mantém lugar no top global de ecossistemas empreendedores

Portugal mantém-se no 29.º lugar entre os melhores ecossistemas de startups do mundo em 2025. Lisboa e Porto perdem terreno, mas Leiria, Cantanhede e Faro ganham destaque.

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Foto: Pixabay

Portugal assegurou em 2025 a 29.ª posição no ranking global do Global Startup Ecosystem Index, elaborado anualmente pela StartupBlink, mantendo-se estável face ao ano anterior. Apesar do crescimento do ecossistema nacional ter superado os 15%, o desempenho das principais cidades — Lisboa e Porto — voltou a registar uma ligeira quebra, contrariando a tendência ascendente observada noutros centros urbanos emergentes do país.

Segundo o relatório, o país registou uma performance suficiente para se manter no mesmo lugar do ano passado, beneficiando de um crescimento equivalente ao de nações vizinhas como Itália (28.º) e Brasil (27.º), cujos aumentos oscilaram entre 15% e 22%. A nível europeu, Portugal ocupa agora o 17.º lugar entre os ecossistemas mais atrativos para a inovação e o empreendedorismo.

Um dos destaques do relatório de 2025 é a ascensão de cidades médias portuguesas no panorama global. Leiria, por exemplo, registou a maior subida entre as cidades nacionais, enquanto Cantanhede e Faro estrearam-se no ranking das mais de 1.000 cidades analisadas. Este movimento demonstra uma desconcentração progressiva da atividade empreendedora, até aqui centrada quase exclusivamente em Lisboa e no Porto.

Apesar de Lisboa continuar a ser a cidade portuguesa mais bem posicionada, figura agora no 87.º lugar mundial, com um crescimento modesto de 12,3% face a 2024. Porto não surge nas 100 primeiras posições, refletindo uma menor dinâmica face a outras cidades europeias. Esta tendência contrasta com os resultados de metrópoles como Paris, que subiu para 8.º lugar com uma taxa de crescimento superior a 34%, ou Copenhaga e Tallin, que entraram no top 50 com crescimentos acima de 35%.

A nível setorial, o relatório identifica os domínios de Foodtech, Hardware & IoT e Energia & Ambiente como os mais dinâmicos globalmente, com crescimentos superiores a 40%. Por oposição, o setor da educação tecnológica (EdTech) registou uma quebra de 2,3%.

O relatório da StartupBlink realça ainda que os ecossistemas mais resilientes são aqueles que apostam em políticas públicas estratégicas, dados de qualidade e infraestruturas de apoio ao empreendedorismo — elementos que algumas cidades portuguesas começam agora a consolidar. A entrada de novas localidades no radar internacional poderá, segundo os autores, indicar uma evolução promissora, desde que acompanhada de investimento contínuo em talento, capital e regulamentação favorável.

“A estabilidade de Portugal no ranking é sinal de maturidade, mas também de alerta: para subir, será necessário acelerar a inovação fora dos centros tradicionais”, conclui o relatório.

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