Um estudo da Fraunhofer Austria, encomendado pela refurbed, revelou que os portugueses acumulam cerca de 16,2 milhões de smartphones em casa, o equivalente a 1,57 equipamentos por habitante. Destes, 5,1 milhões estão em condições ideais para serem renovados, o que representa um potencial económico de 162 milhões de euros.
A análise destaca o valor ambiental e económico da reutilização tecnológica, apontando que o recondicionamento destes dispositivos permitiria evitar 580.095 toneladas de emissões de CO₂ — uma poupança que exigiria a plantação de 23 milhões de árvores para compensar a mesma quantidade de carbono num ano.
Segundo Peter Windischhofer, CEO da refurbed, “o número de smartphones não utilizados em Portugal, e na Europa, é alarmante. Estamos a desperdiçar uma oportunidade de proteger o planeta e conservar recursos essenciais”.
A nível europeu, estima-se que 642,6 milhões de smartphones estejam guardados sem uso, dos quais 211 milhões podem ainda ser reaproveitados. A adoção generalizada da renovação poderia reduzir em 86% o uso de recursos naturais e em 97% a extração de minerais em zonas de conflito, segundo o estudo.
Este fenómeno acentua-se com a generalização do uso de smartphones: em 2011, apenas 18% dos europeus tinham um ou mais dispositivos. Em 2023, esse número inverteu-se: 82% têm pelo menos um.