Receitas das fintech crescem três vezes mais do que na banca tradicional

Estudo da BCG e da QED Investors revela que 69% das fintechs cotadas já são lucrativas e que soluções baseadas em IA captam quase metade do financiamento global.

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As receitas do setor fintech cresceram 21% em 2024, quase três vezes mais do que o setor financeiro tradicional, que registou 6%, segundo o relatório Global Fintech 2025: Fintech’s Next Chapter: Scaled Winners and Emerging Disruptors, elaborado pela Boston Consulting Group (BCG) em parceria com a QED Investors.

A margem média de EBITDA das fintechs cotadas subiu para 16% e 69% destas empresas já geram lucros, face a menos de metade em 2023. O crescimento tem sido impulsionado por uma nova classe de fintechs em escala — empresas com receitas anuais iguais ou superiores a 500 milhões de dólares — que representam já 60% das receitas do setor, num total de 231 mil milhões de dólares.

Do ponto de vista vertical, as soluções de pagamento lideram, somando 126 mil milhões de dólares, com destaque para as carteiras digitais (67 mil milhões). Neobancos e corretagem de criptomoedas no retalho seguem-se com 27 e 16 mil milhões, respetivamente. O segmento Buy Now Pay Later (BNPL) destacou-se pelo crescimento de 42% num ano, atingindo 8 mil milhões.

Regionalmente, os Estados Unidos mantêm-se na liderança com 52% das receitas globais (120 mil milhões de dólares), seguidos da China (16%) e da região Ásia-Pacífico e América Latina, cada uma com 10%. A Europa representa apenas 8%, penalizada pela fragmentação regulatória e barreiras culturais. Médio Oriente e África ainda estão numa fase embrionária, com menos de 1%.

O estudo aponta como próximas áreas de crescimento os modelos B2B2X, a infraestrutura financeira baseada em IA e soluções de crédito, sobretudo empresariais. Entre as tendências estratégicas, destacam-se os agentes autónomos de IA, que captam já 49% do financiamento total das fintechs apesar de representarem apenas 23% do mercado, e a tokenização de ativos através de blockchain.

Para acelerar o setor, a BCG recomenda regulação mais clara e ágil, sobretudo em IA e ativos digitais, maior direcionamento de capital para mercados emergentes e aposta em parcerias estratégicas entre bancos e fintechs. “Inovação, tecnologia, regulação harmonizada e cooperação entre atores são fatores críticos para que a indústria de fintech continue a crescer num contexto de volatilidade global”, conclui o relatório.

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